O jornalista Gianluigi Nuzzi ocupa-se da política interna do Vaticano desde 2008 e foi o responsável pelas denúncias que desencadearam o escândalo que ficou conhecido como VatiLeaks, o vazamento de documentos secretos da Santa Sé. O resultado de suas investigações e entrevistas sobre o assunto foi o livro Sua Santitá (Sua Santidade, em português), que chegou às livrarias brasileiras no mês passado. No Vaticano, o caso culminou com a prisão do mordomo do papa, Paolo Gabriele, uma das fontes do jornalista.
Em entrevista ao site de VEJA, Nuzzi disse que é impensável chegar ao poder na Itália sem boas relações com a Igreja Católica. “O Vaticano controla transversalmente todos os partidos italianos. Nenhuma nomeação, por exemplo, na Rai, a TV do estado, é possível sem o consenso do Vaticano. Imagine que com a publicação do meu livro eu recebi pedidos de entrevista do mundo todo, mas nenhuma do canal nacional”, afirma.
Para o jornalista, a Itália e o Vaticano "tem uma história compartilhada no presente como tinha no passado". "O atual governo, do premiê (Mário) Monti, tem um pacto de aço com o Vaticano". Segundo o escritor, a influência hoje se dá de diferentes maneiras, desde o apoio tácito da Igreja em troca de um afrouxamento de impostos, até sugestões sobre como o governo deveria lidar com políticas sociais, como a eutanásia e o casamento.
Fonte: VEJA
(Via @MinutoProfetico)