A frase acima foi proferida por Manuel Alegre, um histórico do Partido Socialista português, também conhecido por ser poeta, daí que não lhe possamos imaginar alguma dificuldade com as palavras. Disse-o, referindo-se às falhas que a esquerda política vem acumulando um pouco por toda a Europa.
Para o caso, não interessa muito a leitura política destas palavras; antes, o que se nota é que de cada vez mais quadrantes se ouvem vozes de apoio à postura que o Papa tem mantido, normalmente elogiada por todos os que a ele se referem, mesmo os que, pensaríamos nós, em último lugar o fariam (já em abril, Mário Soares, um agnóstico, ex-presidente da República portuguesa, tinha vincado bem quem são as suas referências a nível de liderança mundial).
Isso também acontece porque o discurso social de Francisco vai de encontro às mais básicas necessidades de milhares de pessoas que hoje em dia sofrem com as perturbações económicas, principalmente no velho continente. Mais do que isso, o líder romano tenta pregar pelo exemplo de humildade e simplicidade que o tem caraterizado (a propósito: se ele é elogiado por isso, o que se deverá dizer dos seus antecessores…?).
Lembro-me dos primeiros meses da presidência de Obama, já há quatro anos: tudo se voltou para ele como a nova esperança do mundo. Mas, depois de passar o período de encantamento e a lua-de-mel, logo caíamos no mundo verdadeiro, lugar onde uma coisa são os desejos outra é a realidade.
Contudo, com Francisco nota-se exatamente o contrário: quanto mais tempo passa, mais adeptos vai granjeando e mais simpatia vai acolhendo. Após meio ano de mandato, o Papa ainda está em crescendo, capitalizando créditos em todo os setores e pessoas, nomeadamente as de mais relevo a nível internacional, politica e religiosamente.
Estamos portanto, num aumento de expetativa que poderá bem terminar numa maravilha geral. A ver vamos…