O papa Francisco recebeu esta semana a visita oficial ao Vaticano de uma delegação da Federação Luterana Mundial, além de membros da Comissão luterano-católico para a Unidade. “O ecumenismo espiritual constitui a alma do nosso caminho em direção da plena comunhão, e nos permite provar já agora qualquer fruto, ainda que imperfeito”, declarou o pontífice.
“Católicos e luteranos podem pedir perdão pelo mal que causaram uns aos outros e pelas culpas cometidas diante de Deus, e invocar o dom da unidade. As dificuldades não faltam e não faltarão e serão necessários, paciência, diálogo, e compreensão recíproca”, enfatizou.
Foi publicado recentemente um texto da Comissão luterano-católica para a unidade, chamado “Do conflito à comunhão. A interpretação luterano-católica da Reforma em 2017”. Dentro de quatro anos, ocorrerão as comemorações dos 500 anos da Reforma Protestante, movimento que dividiu a Igreja. No Brasil os protestantes são mais comumente chamados de evangélicos.
Em 31 de outubro de 1517, o então frei alemão Martinho Lutero publicou suas 95 teses pedindo mudanças na Igreja Católica. Entre suas críticas, Lutero negava a infabilidade papal e sua autoridade de possuir as chaves do céu. Em 1520, referiu-se pela primeira vez ao Papa como “anticristo”. Ele e seus aliados foram excomungados pelo papa Leão X, através da bula papal Decet romanum pontificem, em 3 de janeiro de 1521.
O atual papa afirma que “Na medida em que nos aproximamos com humildade de espírito ao Nosso Senhor Jesus Cristo, estamos certos de nos aproximarmos também entre nós e na medida que invocaremos do Senhor o dom da unidade, podemos estar certos de que Ele nos tomará pela mão e Ele será o nosso guia. É preciso deixar-se tomar pelas mãos do Senhor Jesus”.
“Como pessoas que foram encontradas por Cristo, somos chamados a auxiliar os pobres e vulneráveis. A mensagem de reconciliação que nos foi confiada se transforma em esperança para um mundo fragmentado e ansiando por paz com justiça “, afirmou o presidente da Federação Luterana Mundial, Munib A. Younan durante o encontro. “Para ele, ao abordarem conjuntamente uma história comum, que inclui elementos de dor, a promessa de cura aparecerá no horizonte”.
Em seu discurso, Francisco asseverou: “Sabemos que a unidade não é primariamente fruto do nosso esforço, mas da ação do Espírito Santo ao qual é necessário abrir os nossos corações com confiança para que nos conduza pelas estradas da reconciliação e da comunhão”.
Fonte - Gospel Prime