A OMS (Organização Mundial da Saúde) confirmou nesta terça-feira (29/10) dez casos de pólio na região nordeste da Síria e alertou para o risco de a doença se propagar pelo resto do país. É a primeira vez em 14 anos que a infecção é registrada no território sírio.
A poliomielite, também chamada de pólio, é uma doença infecciosa viral transmitida pelo consumo de alimentos ou bebidas contaminados que ataca, principalmente, o sistema nervoso. Crianças e bebês são os principais alvos do vírus, que pode matar ou deixar sequelas graves, como a paralisia, sendo incurável.
“Essa é uma doença altamente transmissível”, afirmou o porta-voz da organização, Oliver Rosenbauer. “Com o deslocamento populacional, pode chegar a outras áreas, então o risco de se alastrar pelo país é alto”, acrescentou. Desde o início da guerra na Síria, em março de 2011, cerca de sete milhões de pessoas já deixaram suas casas e se movimentaram pelo território.
Rosenbauer disse que os casos confirmados são de bebês e crianças com menos de dois anos que não haviam sido imunizadas, todas na região deDeir Al Zour, no nordeste da Síria. A organização internacional ainda informou que outras 12 pessoas na mesma região estão sendo investigadas por manifestarem sintomas de pólio.
A organização internacional atribui o ressurgimento das infecções do vírus à falta de campanhas de vacinação. Mais de 500 mil crianças que nasceram durante o conflito sírio não foram imunizadas, estima as Nações Unidas. Antes da guerra, cerca de 95% das crianças estavam vacinadas contra o pólio.
Os casos também foram enviados para pesquisa em laboratórios, informou o porta-voz. O resultado destas análises deverá ser divulgado em alguns dias, enquanto o vírus da pólio isolado será submetido a testes genéticos para determinar sua procedência. "Vamos ver este vírus geneticamente para ter clareza sobre sua origem", comentou Rosenbauer.
Fonte - Opera Mundi