País africano de 11,4 milhões de habitantes tenta evitar que doença se espalhe pela capital e cause uma catástrofe
São Paulo – Um surto de ebola, um vírus mortal e sem cura, está assustando Guiné, país africano de 11,4 milhões de habitantes.
O ministro da Saúde do país, Remy Lamah, disse que já são 87 casos relatados e 61 mortes.
Segundo a Unicef, a epidemia começou no interior do país em fevereiro, nas comunidades de Macenta, Gueckedou e Kissidougou, e já chegou à capital, Conakry - onde vivem dois milhões de pessoas.
O governo da Libéria, país vizinho, disse que seis pessoas que cruzaram a fronteira estavam infectadas e morreram.
A ebola provoca hemorragias internas e externas, vômitos e diarreia.
O ser humano é contaminado quando entra em contato com fluídos corporais, sangue ou tecidos de outras pessoas infectadas ou quando entra em contato com animais portadores do vírus.
“Em Guiné, um país com uma infraestrutura médica fraca, um surto desses pode ser devastador”, disse o doutor Mohamed Ag Ayoya, representante da Unicef em Guiné, à CNN.
A organização Médicos Sem Fronteiras anunciou o envio de 33 toneladas de medicamentos e equipamentos para tratar da epidemia.
O mais importante, segundo a organização, é criar áreas de isolamento, onde as pessoas infectadas são tratadas sem o risco de transmitir a doença.
O governo enviou mensagens de texto para a população, alertando sobre o surto e pedindo para que todos lavem as mãos com frequência.
Controvérsia
O vírus que está causando as febres hemorrágicas e as mortes, contudo, pode apresentar uma varíavel e não ser ebola.
Segundo a BBC, duas pessoas com sintomas fizeram testes na capital Conakry e o resultado deu negativo para ebola. Mas não se sabe, então, qual seria esse vírus tão mortal quanto a ebola.
África
Em 2012, Uganda sofreu com uma grave epidemia, mas o governo conseguiu controlá-la.
17 pessoas acabaram morrendo, entre 24 casos.
Na mesma época, 10 pessoas morreram no Congo.
Histórico
A ebola foi detectada pela primeira vez em 1976, no Zaire (atual Congo). O nome vem de um rio local, onde o primeiro caso foi descoberto.
Ela é transmitida aos humanos pelos animais selvagens, como macacos. Mas o animal considerado o portador original do vírus na natureza é o morcego, da família Pteropodidae.
As espécies mais comuns que carregam o vírus são a Hypsignathus monstrosus, a Epomops franqueti e a Myonycteris torquata.
Por ser tão letal (90%) e matar o portador muito rapidamente, o vírus não consegue se espalhar com tanta eficiência, apesar da rápida contaminação.
21 grandes epidemias foram registradas no mundo desde 1976. A mais trágica foi no antigo Zaire, em 1976, quando 318 pessoas foram infectadas e 280 morreram.
Fonte - Exame