segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Britânico comum é espionado em média 300 vezes por dia


São Paulo, sexta-feira, 03 de novembro de 2006

Estudo revela que Reino Unido se transformou em "sociedade de vigilância"; tecnologia monitora movimentos e atividades por câmeras, celular e cartão


MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DE LONDRES

Um estudo do Escritório do Comissariado de Informação divulgado ontem mostrou que o Reino Unido está se transformando em uma "sociedade de vigilância", com cada britânico sendo filmado, em média, por 300 câmeras diariamente.

O comissariado é um órgão independente responsável por proteger a privacidade do público e por ajudá-lo a ter acesso a informações oficiais.

O estudo, intitulado "Um Relatório sobre a Sociedade de Vigilância", confirma que o escrutínio do governo sobre a vida dos habitantes do Reino Unido está cada vez mais rigoroso.

O país tem 4,2 milhões de câmeras de circuito fechado (CCTV) -uma para cada 14 habitantes-, que vigiam os cidadãos nas ruas, nos meios de transporte e em estabelecimentos públicos e comerciais.

Além disso, atividades corriqueiras dos cidadãos têm sido monitoradas não apenas pelo governo, mas também por empresas privadas, que criam bancos de dados.

"Não são apenas câmeras nas ruas, é a tecnologia vigiando nossos movimentos e atividades", afirmou Richard Thomas, chefe do comissariado, em entrevista à BBC.

"Cada vez que usamos um celular ou nossos cartões de crédito, quando fazemos buscas ou compras na internet, mais e mais informações vão sendo coletadas", disse Thomas.

O governo britânico reagiu ao relatório afirmando que o crescente uso de tecnologia visa garantir a segurança dos cidadãos e tem apoio popular.

"Você conhece alguma comunidade que esteja pedindo a retirada das CCTVs? A demanda é por mais câmeras", afirmou o porta-voz do governo.

"As pessoas vêem os benefícios da tecnologia. Não creio que alguém esteja sugerindo a sério que não devemos utilizá-la para combater crimes, terrorismo, fraudes e comportamentos anti-sociais", completou ele.

Segundo Richard Thomas, o estudo não nega a importância da vigilância na segurança, mas alerta para o descontrole e para a falta de informações dos cidadãos, que muitas vezes ignoram que estão tendo seus dados e suas atividades registrados.

"Atividades de vigilância podem ser bem-intecionadas e trazer benefícios, mas a observação descontrolada, invisível e excessiva pode disseminar um clima de suspeição e erodir a confiança das pessoas", disse.

Fonte - Folha de São Paulo

Nota - Como se esses fossem os maiores problemas...
Mais sobre o Controle Mundial.
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