Em “1984″, George Orwell diz que a nova aristocracia que tomaria o poder seria composta, na sua maioria, de burocratas, cientistas, técnicos, organizadores sindicais, peritos em publicidade, sociólogos, professores, jornalistas e políticos profissionais. Esta gente, cuja origem estava na classe média assalariada e nos escalões superiores da classe operária, fora moldada pelo mundo do governo centralizado, onde a liberdade individual precisa ser combatida.
Como o próprio autor diz sobre esta nova classe, “comparada com os seus antecessores, era menos avarenta, menos tentada pelo luxo, mais faminta de poder puro e, acima de tudo, mais consciente do que fazia e mais decidida a esmagar a oposição”. A oligarquia procura o poder pelo poder, sem interesse real no bem-estar alheio. Não é a ditadura um meio para a “revolução”, mas sim a revolução um meio para se chegar à ditadura!
Parece que o Brasil lulopetista se aproxima cada vez mais desta triste realidade. Com a economia em crescimento por conta de fatores externos e do crédito insustentável, o povo hipnotizado pelo carisma do presidente e anestesiado pelo aumento da renda e do consumo, os grandes empresários comprados pelos bilhões do BNDES, a classe média feliz com o câmbio valorizado facilitando viagens para Miami, e os mais pobres dependendo das esmolas estatais, eis que a maioria simplesmente ignora os abusos cada vez maiores da máquina estatal.
Os sindicalistas petistas se apoderaram do Estado, a Receita Federal virou um braço de espionagem de um partido, mas quase ninguém liga. Afinal de contas, a Casas Bahia vende uma TV (teletela?) novinha de LCD em até 24 vezes, “sem juros”! Enquanto isso, o Big Brother vai transformando todos em reféns do governo.
Nota DDP: Sempre afastando o eventual viés político do comentário, nele encontramos uma constatação: a invasão do estado na vida do particular, por mecanismos cada vez mais elaborados e sem que haja qualquer tipo de oposição, aliás, muito pelo contrário, eis que muitos enxergam apenas as "vantagens" do sistema, sem pensar nos "efeitos colaterais" de seu caráter invasivo. Enfim, nada mais do que esperado, a criação de um quadro que possibilite a opressão dos que não se alinharem com a maioria.