sexta-feira, 10 de junho de 2011

FAO teme escassez de água na agricultura por mudanças climáticas

Roma, 9 Jun 2011 (AFP) -As mudanças climáticas poderiam provocar escassez de água nas próximas décadas para a produção de alimentos e cultivos, segundo estudo divulgado esta quinta-feira pela FAO.

O estudo analisa as consequências previsíveis das mudanças climáticas, entre elas a diminuição da corrente de água dos rios e da alimentação dos aquíferos no Mediterrâneo, as zonas semiáridas na América, Austrália e África meridional, regiões que já sofrem de "estresse hídrico", sustentou a entidade das Nações Unidas.

Segundo o estudo, na Ásia serão afetadas amplas regiões que dependem do degelo e dos glaciares de montanha.

As áreas densamente povoadas dos deltas fluviais também estão ameaçadas, pela combinação de menor fluxo de água, aumento da salinidade e elevação do nível do mar.

A aceleração do ciclo hidrológico do planeta, já que as temperaturas em alta aumentarão a taxa de evaporação da terra e do mar, também afetarão o acesso à água.

Os especialistas da FAO afirmam que a chuva aumentará nos trópicos e em latitudes mais elevadas, mas diminuirá nas regiões que já têm caráter seco e semiárido e no interior dos grandes continentes.

"Será necessário contar com uma frequência maior de secas e inundações, mas espera-se que as regiões do mundo que já sofrem de escassez de água se tornem mais secas e quentes", sustentou a FAO.

"A perda de glaciares - que sustentam cerca de 40% do abastecimento de água ao nível mundial - afetará finalmente a quantidade de água de superfície disponível para a irrigação das principais bacias produtoras", destacam os especialistas.

A FAO adverte que se sabe muito pouco sobre o futuro impacto das mudanças climáticas na água para a agricultura ao nível regional e subregional, e onde os camponeses estarão mais ameaçados.

"É necessária uma precisão e um enfoque maiores para entender a natureza, o alcance e localização dos efeitos das mudanças climáticas nos recursos hídricos para a agricultura nos países em desenvolvimento", destacou o informe, acrescentando que "mapear a vulnerabilidade é uma tarefa chave ao nível nacional e regional".

Fonte - BOL
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