O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, advertiu nesta segunda-feira os líderes mundiais de que poderão enfrentar protestos de um mundo formado por 7 bilhões de pessoas, a menos que resolvam o problema da desigualdade. Fome no leste da África, conflitos na Síria e protestos em Wall Street: segundo Ban Ki-moon, há um "descontentamento crescente" e uma "perda de confiança em que os governos e instituições públicas farão a coisa certa".
"Nosso mundo tem contradições terríveis", disse Ban Ki-moon numa entrevista coletiva sobre o anúncio da ONU de que a população mundial chegou a 7 bilhões. "Há muita comida, mas 1 bilhão de pessoas passam fome. Esbanjamento para poucos e pobreza para muitos outros." O secretário-geral da ONU disse que levará seu alerta para a reunião do G-20 nesta semana, em Cannes. "Em que tipo de mundo nasceu o bebê de número 7 bilhões? Que tipo de mundo queremos para nossas crianças?"
Ban Ki-moon dirá aos líderes das 20 maiores economias do mundo que, apesar da crise internacional, "não podemos abandonar aqueles que são os mais atingidos (...) Temos que dar poderes às mulheres e aos jovens. Em todo o mundo, eles foram às ruas exigindo seus direitos, novas oportunidades, e voz em seu futuro." Segundo o secretário-geral da ONU, a reunião do G-20 em Cannes deve lidar com esses problemas "de modo direto". "A população mundial quer respostas de seus líderes. Ela espera soluções, e não meias medidas ou desculpas."
Ban Ki-moon e outros líderes fugiram das perguntas sobre onde o bebê de número 7 bilhões teria nascido, alegando que aquela era uma "declaração simbólica", com o objetivo de chamar atenção para os desafios da explosão demográfica.
Fonte - UOL
Nota DDP: Veja também "O Vaticano e os manifestantes do Ocupe Wall Street". Cresce a preocupação no sentido de que primeiramente sejam reconhecidos em sua amplitude os movimentos sociais em todo mundo, que realmente tendem ao incontrolável. Em segundo plano, como toda ação enseja uma reação, é de se esperar que aqueles que mantém o poder, e logicamente não pretendem vê-lo deslocado para outras possibilidades, deverão se posicionar para a manutenção do "status quo". Vivemos dias de grandes mudanças.