“Podemos trabalhar juntos pela justiça e pela paz“, afirmou durante a sua visita ao complexo onde está situada a mesquita Al-Aqsa, pedindo para que ninguém utilize o nome de Deus para justificar a violência.
“A minha peregrinação não ficaria completa se não incluísse também o encontro com as pessoas e comunidades que vivem nesta terra e, por isso, estou contente por poder estar convosco, amigos muçulmanos“, afirmou, diante do grã-mufti de Jerusalém, Mohammed Hussein, e de outras autoridades islâmicas.
A Esplanada das Mesquitas, a que os muçulmanos chamam Nobre Santuário e os judeus Monte do Templo, é um local sagrado para as duas religiões e uma fonte de tensão entre as duas comunidades.
O principal representante do islamismo sunita agradeceu ao Papa a sua visita e aproveitou para pedir o fim da ocupação israelita, que considerou o principal obstáculo à conversão de Jerusalém na “verdadeira cidade da paz do mundo“.
Hussein recordou a figura do califa Omar ibn al Jatab, um dos quatro califas Rashidum (reconhecidos por todos os muçulmanos), “que permitiu aos cristãos manterem as suas igrejas na cidade santa“.
“Jerusalém deve ser [de novo] uma cidade aberta tanto a cristãos como a muçulmanos em que todos possam conviver em paz“, disse o líder religioso.
O papa, por seu lado, pediu a judeus, cristãos e muçulmanos para abrirem os seus corações e mente a fim de entenderem o outro, já que o conhecimento mútuo supera as barreiras e os conflitos.
Francisco, que concluiu o seu discurso na disputada esplanada com a palavra paz em árabe, seguiu depois para o Muro das Lamentações, onde foi recebido por um dos mais importantes rabinos da cidade.
O papa seguiu os passos dos seus antecessores — João Paulo II e Bento XVI — deixando uma mensagem no lugar mais sagrado do judaísmo.
Pouco antes, o rabino entoou uma oração em hebraico, na qual pediu pela paz em Jerusalém, pela unidade e pela luta contra o ódio aos judeus. (…)”
Fonte: Diário de Notícias (Via O Tempo Final)