O gelo acumulado em São Paulo por causa da chuva de granizo de domingo (18) pode demorar até quatro dias para derreter. A estimativa é do meteorologista Thomaz Garcia, do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da prefeitura. "Esse gelo foi gerado em uma atmosfera muito fria. Ele não derrete fácil", diz Garcia.
Segundo Helena Turon Balbino, meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), o gelo se formou em nuvens muito altas e com temperaturas baixas, de até -55ºC.
A demora no derretimento, dizem os meteorologistas, também se deve ao clima frio destes dias na cidade. Sem sol, calor e chuva, o granizo leva mais tempo para desfazer. Nesta segunda, a prefeitura começou a remover o gelo das ruas de bairros como a Aclimação, na zona sul.
De acordo com o Inmet, a chuva de ontem teve 7,8 ml, volume considerado baixo. Mas a quantidade de granizo foi grande. Tão grande, afirma Helena Balbino, que fez a temperatura na cidade despencar sete graus em apenas uma hora.
Às 17h de ontem, quando a chuva começava, os termômetros marcavam 24,4ºC no Mirante de Santana, na zona norte da cidade. Uma hora depois, ainda durante a chuva, a temperatura já estava em 17,1ºC.
As chuvas com granizo são muito raras nesta época do ano. Elas costumam acontecer na primavera e no verão, quando o tempo é mais quente e úmido, condição fundamental para provocar esse tipo de precipitação.
"Era difícil prever [a chuva com granizo] porque a atmosfera estava quente e seca [horas antes]", afirma Helena Balbino. Mas o clima foi ficando úmido, explica a meteorologista do Inmet, por causa da passagem de uma frente fria e da convergência de ventos vindos do noroeste -- corrente quente e úmida oriunda da Amazônia -- e do sudeste -- corrente fria vinda do oceano.
Esses fatores resultaram na formação de nuvens altas e frias. Correntes de vento também muito fortes dentro das nuvens provocaram a precipitação do gelo, diz a meteorologista.
De acordo com o CGE, a última chuva de granizo em São Paulo havia acontecido em 21 de setembro de 2010. Na ocasião, as áreas mais atingidas foram a zona norte de capital e o município de Guarulhos, na região metropolitana.
Fonte - UOL