“É um sinal – penso - de grande maturidade, porque é um povo que assume a sua história. Obviamente, os cristãos estavam ali antes dos islâmicos e conheceram esta página de sua história e, sobretudo, reconheceram que Agostinho é um argelino... e que argelino”!
Como a figura de Santo Agostinho está ainda hoje contribuindo para o desenvolvimento do diálogo inter-religioso?
“Antes de tudo, Santo Agostinho une as duas margens do Mediterrâneo; é um pensador, um gênio: poucas pessoas têm a dimensão daquele homem! Uma coisa que sempre me impressionou é pensar que ele escreveu as mais belas páginas de teologia enquanto a cidade de Ippona era invadida: entre se dedicava aos refugiados, ao mesmo tempo; era um pastor que seguia a vida cotidiana dos seus fiéis. Diria que a grande contribuição de Santo Agostinho é esta: que não existe oposição entre a fé e a razão”.
Qual a mensagem que Papa Francisco enviou à Argélia?
“A carta do Papa Francisco fala do diálogo inter-religioso e da gratidão da Igreja católica pela compreensão e generosidade dos mulçumanos, pois as autoridades colaboraram também economicamente para a restauração desta belíssima igreja”.
Que sinal quer ser a Basílica de Santo Agostinho em um País predominantemente mulçumano?
“Eu penso que recorda a todos que somos feitos para ver Deus: e isto é um sinal muito poderoso, sobretudo em um País mulçumano onde a oração desempenha um papel importante. Os mulçumanos rezam várias vezes por dia, em privado, mas também em público e por isso é bom que os cristãos, com a grandeza desta igreja, lembrem que também nós louvamos o Senhor, único Deus, e que somos fiéis aos nossos deveres”.
Como o Pontifício Conselho para o diálogo inter-religioso, do qual o senhor é Presidente, pode contribuir no crescimento do diálogo entre cristãos e mulçumanos na Argélia?
Como o Pontifício Conselho para o diálogo inter-religioso, do qual o senhor é Presidente, pode contribuir no crescimento do diálogo entre cristãos e mulçumanos na Argélia?
“O Pontifício Conselho tem como finalidade promover e coordenar iniciativas, portanto nós temos, sobretudo, contatos com a Conferência Episcopal, com os bispos locais para que o diálogo se realize no território, nas paróquias. Este diálogo da vida é muito importante: a convivência, o confronto com os mesmos problemas, com as mesmas dificuldades como crentes... Eu penso que esta espontaneidade nos relacionamentos seja a base de cada diálogo e o diálogo inter-religioso se baseia sempre na amizade: é preciso se conhecer e se amar uns aos outros e fazer um trecho da nossa caminhada juntos”.
Fonte - News.Va
Fonte - News.Va