segunda-feira, 26 de maio de 2008

Igreja contra comércio no domingo para proteger a família


Leiria, 01 Mai (Lusa) - A Liga Operária Católica (LOC) e o bispo das Forças Armadas contestam a abertura dos hipermercados aos domingos, considerando que esse dia deve ser vocacionado para a família.

Fátima Almeida, coordenadora nacional da LOC, defende que os domingos devem ser dias "dedicados ao encontro das famílias", limitando-se ao máximo qualquer actividade laboral.

Os funcionários dos hipermercados "também têm famílias", recordou Fátima Almeida, que aponta a excessiva precariedade laboral, os turnos rotativos e a falta de emprego como motivos para a perda da estabilidade familiar.

"Perdeu-se o domingo como espaço de encontro das famílias" e embora "esses espaços comerciais sejam uma espécie de centros de culto" para os agregados familiares modernos, têm de se encontrar outras "soluções e novos espaços de diálogo, de partilha e de entreajuda" diferentes.

Posição semelhante tem D. Januário Torgal Ferreira, bispo das Forças Armadas e antigo porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) quando esta polémica se verificou.

"O domingo é o dia da família" em que deve haver o "cumprimento de valores sociais como é o descanso e a tranquilidade que um trabalhador merece", afirmou D. Januário Torgal Ferreira, rejeitando que a posição da Igreja se deva à realização das eucaristias dominicais.

"Não renegamos os aspectos religiosos" mas o que motiva esta posição é a necessidade de "encontro das famílias", considerou o bispo, que admite a abertura de hipermercados apenas em "circunstâncias ou lugares" em que não exista opção à satisfação das "necessidades básicas".

"O supermercado deve estar ao serviço das necessidades das pessoas mas, até aos fins-de-semana, as famílias têm de se encontrar", considerou D. Januário Torgal Ferreira.

"Com bom senso e grande sensatez, as pessoas deveriam abrir os olhos" até porque "não é uma questão religiosa" mas sim o respeito da "dignidade humana".

"É importante que um trabalhador tenha direito ao domingo" até porque "há uma razão história e social para o fim-de-semana ser um espaço de legítimo descanso", acrescentou.

Fonte - Rádio e Televisão Portugal

Nota DDP:
Mais em "Igreja lusa critica abertura de supermercados aos domingos" e "Igreja opõe-se à abertura de hipermercados ao domingo para proteger a família". Discussão recente em outro país em "Querem que os domingos sejam "sagrados"".
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