O governo britânico está estudando a possibilidade de criar um banco de dados com detalhes de todas as ligações telefônicas, mensagens de texto e emails trocados na Grã-Bretanha, segundo revelou a edição desta terça-feira do jornal britânico The Times.
Os planos estão em fase inicial e poderão ser incluídos no rascunho do Projeto de Lei de Comunicações a ser apresentado no fim do ano, segundo confirmou o Ministério do Interior.
Um porta-voz do Ministério disse que os dados são "uma ferramenta crucial" para proteger a segurança nacional e evitar crimes.
Os secretários do governo ainda não viram os planos, que foram elaborados por funcionários do Ministério. Segundo a reportagem do Times, as informações poderiam ser guardadas por pelo menos um ano, e a polícia e os serviços de segurança precisariam de autorização da Justiça para ter acesso a elas.
Um porta-voz do Ministério do Interior disse que "a Lei de Dados de Comunicação vai ajudar a garantir que o uso de dados de comunicação para combater o terrorismo e as investigações criminais vão continuar disponíveis".
"Esses poderes vão continuar a ser rigorosamente salvaguardados para garantir o equilíbrio entre privacidade e a proteção ao público."
Segundo o porta-voz, são necessárias mudanças no Ato de Regulação dos Poderes de Investigação 2000 "para garantir que as autoridades públicas possam continuar tendo acesso a dados de comunicação essenciais no combate ao terrorismo e na investigação de crimes".
Mas a Comissão da Informação, uma autoridade independente criada para proteger informações pessoais, disse que o banco de dados pode "ir longe demais" e destacou o risco de dados serem perdidos, comercializados ou roubados.
O comissário assistente de informação Jonathan Bamford disse que "não estamos cientes de nenhuma justificativa para que o Estado guarde os registros de telefone e internet de todos os cidadãos britânicos. Nós temos sérias dúvidas se esta medida é justificada, proporcionada ou desejável".
"Derrotar o crime e o terrorismo é de máxima importância, mas não estamos cientes de nenhuma necessidade premente que justifique o governo a guardar esses dados."
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Fonte - BBC