Nahum Sirotsky, em Israel - É angustiante o período que estamos vivendo. São raras as boas noticias. Paul Krugman, o excepcional colunista do jornal “The New York Times”, escreve com o título de “Os bons tempos acabaram”, uma apreciação da sombria paisagem atual. Não inclui nem a guerra do Iraque nem a ingênua e perigosa missão do ex-presidente americano Jimmy Carter, que foi um fracasso.
Fala do que mais pesa sobre o mundo como petróleo e os aumentos de preços e escassez de alimentos. Preocupações enfatizadas pelo presidente do Banco Mundial, o diretor–geral do FMI.
Os ministros de Economia e Fazenda reunidos em Washington qualificaram a explosão de preços de alimentos e sua escassez como ameaça bem maior do que a instabilidade do sistema financeiro internacional. Na terça-feira, bem no dia em que o preço do petróleo atingiu novos picos, o primeiro-ministro inglês disse que a maior prioridade precisa ser atribuída a questão de preços de alimentos.
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Dominique Straus-Kahn, diretor geral do Fundo Monetário Internacional, culto francês, lembra que a questão do custo e escassez de alimentos “ameaça a sobrevivência da democracia e regimes políticos”. O FMI foi criado para se concentrar na questão da estabilidade monetária, “mas devemos dedicar 100% do nosso tempo à questão de alimentos, cuja falta no passado levou a grandes guerras”. E acrescentou que “ouvi de muitos especialistas em finanças que a concentração de países sobre a questão do petróleo “é um crime contra a humanidade”. O FMI promete rever seu programa para “poder ajudar os países mais pobres a pagarem pela comida”.
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Krugman não esconde o seu pensamento muito bem apoiado em informações e sua visão sem preconceitos ideológicos sobre a economia de seu país e a mundial. Ele suspeita que o mundo chegou a um ponto que tem de repensar seu entendimento e visão do desenvolvimento. É cauteloso. Talvez, sugere, tenhamos chegado aos limites do possível.
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Fonte - Último Segundo