terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Ciência e fé em comunhão (?)

Médicos já reconhecem a força da espiritualidade na luta contra doenças e adeptos da cura pela alma não fogem mais de remédios tradicionais
Giuliana Reginatto
giuliana.reginatto@grupoestado.com.br
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Distante do universo acadêmico e das pesquisas sobre a importância da fé na saúde, o japonês Tomoyasu Hirota, um ex-plantador de morangos que vive em Atibaia, descobriu na prática que corpo e alma são indissociáveis.


“Doença é reflexo do mundo interior”, diz Hirota cheio de simplicidade, com seu sotaque luso-nipônico. Nos últimos anos, comentários sobre os poderes de cura do imigrante japonês correram boca a boca e chegaram também à reportagem da Revista JT. A distância percorrida de São Paulo até Atibaia, percorrida em pouco mais de uma hora, é mínima se comparada com a peregrinação enfrentada por parte das pessoas que procuram por Hirota. Na manhã do último domingo, por exemplo, a senha com o número de atendimento chegava ao 309.

Alguns aparecem no sítio a pé, outros passaram horas dentro de ônibus. Há até quem viaje de avião para ouvir as palavras de Hirota e receber seu toque de cura. A fila começa a se formar já às 5h, hora em que o ex-agricultor dá início aos primeiros atendimentos do dia, feitos a base de massagens.

No meio da manhã, por volta de 10h, Hirota realiza a sessão de cura. Relatos emocionados de experiências já vividas em Atibaia dão conta da credibilidade do japonês, hoje conhecido na comunidade como ‘professor’. Fujiko Mayeda, por exemplo, vem de Brasília nos finais de semana só para trabalhar como voluntária no sítio. É ela quem distribui as senhas. “É uma forma de agradecer. Tinha um tumor de mama e passei por nove médicos. Sempre fui cética, mas o que aconteceu comigo é inquestionável. O nódulo tinha dois centímetros e hoje já está quase desaparecendo”, diz.

Alguns dos visitantes freqüentam o lugar há mais de dez anos, como Ana Albino, de 57 anos. Ela conheceu Hirota há 13 anos, época em que buscava desesperadamente a cura para a cirrose de seu marido. “Ele estava desenganado pelos médicos, diziam que tinha um mês de vida. Procurei o professor Hirota, mas eu era igual a São Tomé: ‘tinha que ver para crer’. No fim, meu marido ficou mais nove anos com a nossa família”, conta Ana. Ela garante que também vivenciou a cura. “O médico disse que eu tinha um sopro no coração. Após o tratamento espiritual, fiz um eletrocardiograma novo e o problema havia sumido”, completa.

Maravilhada com os dons de Hirota, Ana hoje organiza excursões de Itapeva, onde mora, para Atibaia. Detalhe: são pelo menos seis horas de viagem. Ainda que o trajeto seja cansativo, quem chega é recebido com hospitalidade. No sítio há alojamento para viajantes e até um lanche. Tudo isso, vale ressaltar, é feito de graça. “Conto com a colaboração de voluntários. Acho que o povo brasileiro tem muito a aprender sobre educação. Chega sempre um figurão e diz: ‘sou o político tal, quero ser atendido primeiro’. Assim não atendo, a fila é para todo mundo”, afirma Hirota.

Apesar da legião de admiradores que conquistou, o ‘professor’ não gosta que identifiquem seu trabalho com religiões específicas. “Não existe religião no mundo de Deus. O humano inventou preces apenas para pedir coisas, quando na verdade deveria ter uma postura inversa. O ato de juntar as mãos deveria ser usado apenas para agradecer. O lado esquerdo do corpo simboliza o mundo divino e o lado direito representa o mundo humano”, explica.

Hirota garante que o poder de cura mora dentro de cada pessoa e se considera apenas um mediador. O procedimento que adota durante o processo não é invasivo: após uma oração, simplesmente aplica gaze e esparadrapo no local comprometido. “Primeiro se tira a energia ruim do lugar, depois ele é tampado por dois dias para que não haja fluxo de energia ali”, conta. Antes de usufruir do ‘tratamento’, o visitante assiste a um palestra na qual o japonês explica seus princípios. “Não quero que venham aqui apenas para se livrar de um câncer. Precisam entender que para evitar doenças é preciso fortalecer o espírito.” Para explicar sua visão da vida, Hirota elaborou um conceito batizado de ‘Seis raízes puras’ (ou Lokkon Shôjo). “Cada sentido humano corresponde a uma qualidade de espírito. Olhos são a luz, ouvidos representam a bondade, nariz significa amor, boca tem a ver com honestidade, corpo se relaciona com calor humano e pensamento está ligado à pureza de alma”, ensina.

Cada um a seu modo, cientistas e espiritualistas não duvidam do poder da fé. Mesmo quem é leigo aposta nessa parceria. Uma enquete realizada no Portal Estadão (www.estadao.com.br) com quase 1.400 pessoas apurou que 92% delas acreditam que práticas espirituais ajudam a tratar doenças.
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Fonte - Estadão

Nota DDP:
Interessante notar que Deus é citado apenas uma vez no artigo, logicamente não para enaltecer seu nome, mas para atacar-se qualquer forma de religião. No final das contas o poder da cura estaria dentro de cada um e, alguns teriam a capacidade de estender esse "poder" para outros. A pesquisa do Estadão demonstra bem o resultado de todo esse esforço para colocar o homem no centro das ações, afastando o poder de Deus.

Mateus 7:16
Pelos seus frutos os conhecereis.

Mateus 24:24
porque hão de surgir falsos cristos e falsos profetas, e farão grandes sinais e prodígios; de modo que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.

Salmos 105:1
Dai graças ao Senhor; invocai o seu nome; fazei conhecidos os seus feitos entre os povos.

"Se aqueles por quem são realizadas curas, acham-se dispostos, por causa dessas manifestações, a desculpar sua negligência da lei de Deus, e continuam em desobediência, ainda que possuam poder em toda e qualquer extensão, não se segue que tenham o grande poder de Deus. Ao contrário, é o poder operador de prodígios do grande enganador. Ele é transgressor da lei moral, e emprega todo artifício de que pode lançar mão para cegar os homens a seu verdadeiro caráter. Somos advertidos de que nos últimos dias ele operará com sinais e prodígios de mentira. E continuará com esses prodígios até ao fim do tempo da graça, para que os indique como prova de que ele é um anjo de luz, e não de trevas. Review and Herald, 17 de novembro de 1885. " (Meditação Matinal - Ellen G. White - Pág. 204)
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