quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Cenas dos próximos capítulos...

A Eucaristia, dom de Deus para a vida do mundo
Documento Teológico de Base para o Congresso Eucarístico Internacional de Quebeque. Canadá – 2008

Introdução
“Fazer a memória de Deus hoje”

O Congresso Eucarístico Internacional de Junho de 2008 em Quebeque oferecerá à Igreja local e à Igreja universal um tempo forte de oração e de reflexão para celebrar o dom da Sagrada Eucaristia. Sendo o 49º na série de congressos que marcaram a vida da Igreja no espaço de um século, o Congresso de Quebeque coincidirá com o 400º aniversário da fundação da primeira cidade francesa na América do Norte, chamada a tornar-se no século XVII um posto missionário importante para o conjunto do continente.
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b) Deixar-se reconciliar na unidade

A celebração da eucaristia desperta a responsabilidade dos discípulos de Cristo face à sua própria e permanente necessidade de se reconciliar e de ser artífices de reconciliação. Exprimem-no pelo recurso ao sacramento da reconciliação que purifica o seu coração pela comunhão eucarística e na decisão que tomam de se acolherem nas suas diferenças culturais e opções de vida. Exprimem-se também na sua procura de perdão na oração de intercessão por todos na oração do Senhor, na troca do abraço da paz, na partilha de um só pão e dum só cálice, no cuidado de levar a comunhão aos doentes ou no tornar-se solidários dos pobres e dos marginais. Quantos sinais deste amor fraterno se procuram viver na assembleia eucarística e se constroem sem cessar no Corpo de Cristo: “Se vos amardes uns aos outros, todos reconhecerão que sois meus discípulos” (Jo 13,35)

“Uma só e única Igreja foi instituída por Cristo, Senhor. E portanto, as várias comunhões cristãs apresentam-se aos homens como as verdadeiras herdeiras de Jesus Cristo. É porém certo que esta divisão não corresponde à vontade de Cristo. É para o mundo um motivo de escândalo e torna-se obstáculo à mais santa das causas: a pregação do Evangelho a toda a criatura”. (22)

O facto de por todo o mundo as Igrejas cristãs estarem separadas para cumprir o memorial do Senhor mostra as divergências históricas e doutrinais, impossíveis de calar ou ignorar. Unidos por um só e mesmo baptismo, os discípulos de Cristo não podem esquecer as consequências das suas divisões sobre o testemunho individual ou colectivo que dão ao mundo. Tomar consciência de que não podem reunir-se todos em plena comunhão à volta da mesma mesa, sentir-se atingidos pelo enfraquecimento do testemunho missionário que daí brota, abre os corações à busca de uma reconciliação entre todos os membros do Corpo de Cristo para que “sejam um” (Jo 17,11). Cada eucaristia é celebrada na expectativa e esperança da reunião no único povo de Deus à volta da única mesa do Senhor.

c) Reunir-se ao domingo, Dia do Senhor

A Igreja é a comunidade dos discípulos que professam a sua pertença ao Senhor pela prática do amor fraterno para todos e do amor mútuo como sinal distintivo. Não se pode amar com o mesmo amor como ele ama sem receber este amor constantemente d’Ele. O seu mandamento novo não é um simples ideal moral oferecido à nossa liberdade. É uma aliança, um amor partilhado entre o Senhor e os seus discípulos, que cresceu e se expandiu pelo mundo com a condição de ser constantemente alimentado na fonte da eucaristia dominical.

O Senhor manifestou-se a primeira vez na tarde de Páscoa no Cenáculo, depois voltou oito dias depois para o encontro com Tomé, o incrédulo. Estas aparições confirmaram a fé dos discípulos e preparou-os para a nova forma de presença do Senhor nos sacramentos e de uma maneira muito especial na eucaristia dominical. “Celebramos o domingo por causa da venerável ressurreição do Senhor Jesus Cristo, não somente na Páscoa, mas em cada ciclo semanal”; é assim que se exprime no começo do séc.V, o papa Inocêncio I, testemunhando uma prática já bem arreigada que se desenvolveu desde os primeiros anos que se seguiram à ressurreição do Senhor. S. Basílio fala do “santo domingo, honrado pela ressurreição do Senhor, primícias de todos os outros dias”. S. Agostinho chama ao domingo “o sacramento da Páscoa”(23)

O domingo é o dia em que, mais do que em nenhum outro, o cristão é chamado a lembrar-se da salvação que lhe foi oferecida no baptismo e que fez dele um homem novo em Cristo. “Sepultados com ele pelo baptismo estais ressuscitados por ele, porque acreditastes na força de Deus que o ressuscitou dos mortos” (Cl 2, 12; Cf Rm 6, 4-6). A presença do cristão na reunião da Igreja para a eucaristia dominical não obedece primeiramente a um preceito. É o testemunho de identidade do baptizado e portanto da sua pertença ao Senhor. Esta pertença traduz-se na escuta da palavra de Deus, na participação na oferenda e na comunhão no amor do Senhor.

Importa hoje re-evangelizar o domingo, porque em muitos lugares o seu sentido foi obscurecido pela pressão de uma cultura individualista e materialista.
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Fonte - Ecclesia

Em síntese, a exortação é nas entrelinhas direcionada ao reconhecimento do domingo como um sinal entre Deus e os homens, lembrança da Sua aliança, em última instância, o seu selo. Sabemos que tal condição não encontra respaldo bíblico:

Êxodo 31:13 Tu, pois, falarás aos filhos de Israel e lhes dirás: Certamente, guardareis os meus sábados; pois é sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o SENHOR, que vos santifica.

Ezequiel 20:12 Também lhes dei os meus sábados, para servirem de sinal entre mim e eles, para que soubessem que eu sou o SENHOR que os santifica.

Ezequiel 20:20 santificai os meus sábados, pois servirão de sinal entre mim e vós, para que saibais que eu sou o SENHOR, vosso Deus.

Êxodo 31:16 Pelo que os filhos de Israel guardarão o sábado, celebrando-o por aliança perpétua nas suas gerações.

Isaías 56:6 Aos estrangeiros que se chegam ao SENHOR, para o servirem e para amarem o nome do SENHOR, sendo deste modo servos seus, sim, todos os que guardam o sábado, não o profanando, e abraçam a minha aliança,

Apocalipse 7:2 Vi outro anjo que subia do nascente do sol, tendo o selo do Deus vivo, e clamou em grande voz aos quatro anjos, aqueles aos quais fora dado fazer dano à terra e ao mar, dizendo: Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as árvores, até selarmos na fronte os servos do nosso Deus.

"A questão do sábado será o ponto controverso no grande final conflito em que o mundo inteiro há de ser envolvido. Os homens exaltaram os princípios do diabo acima dos que regem nos Céus. Aceitaram o sábado espúrio instituído por Satanás como o sinal de sua autoridade. Entretanto, Deus imprimiu o Seu selo ao Seu estatuto real. Cada instituição sabática traz o nome de Seu Autor, a marca indestrutível que revela Sua autoridade. Nossa missão é levar o povo a compreender isto. Devemos mostrar-lhe no que importa trazer o sinal do reino de Deus ou do reino da rebelião, porque cada qual se reconhece súdito do reino cujo distintivo aceita. Deus nos chamou para desfraldar o estandarte do Seu sábado, que está sendo calcado a pés. Que importância tem, pois, que o nosso exemplo de guardar o sábado seja correto!" (Testemunhos Seletos - Vol. 3 - Ellen G. White - Pág. 19)

Mais sobre a questão do dia de guarda aqui e aqui.
Ainda sobre o ecumenismo aqui.
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