quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Veja destaca perigos do consumo de álcool

A revista Veja desta semana (6 de dezembro) traz como matéria de capa reportagem sobre os perigos do álcool especialmente na adolescência. E adverte: “O consumo exagerado de álcool na adolescência pode causar danos em regiões do cérebro ligadas à memória e ao aprendizado, além de aumentar a propensão dos jovens ao alcoolismo.”

O texto informa que na maioria dos lares brasileiros o consumo de bebida alcoólica por menores de idade é uma prática não só tolerada como às vezes incentivada pelos próprios pais. “Sempre foi assim. O que começa a mudar agora é que esse tipo de comportamento, normalmente encarado como uma das muitas transgressões típicas da adolescência, às quais as famílias não dão grande importância, vem assumindo os contornos de calamidade no meio científico. As pesquisas dedicadas ao tema se intensificaram nos últimos dez anos. A principal constatação dos cientistas é que o consumo de álcool na adolescência e na juventude deixa marcas indeléveis no cérebro. Beber é muito mais danoso para o cérebro jovem do que para o dos adultos. Os efeitos a longo prazo são bastante indesejáveis. Eles variam de déficits de aprendizagem, falhas permanentes de memória, dificuldade de autocontrole a ausência de motivação. Além disso, o abuso de álcool na juventude faz com que o jovem fique cinco vezes mais propenso a se tornar alcoólatra na idade adulta.”

Segundo Veja, um dos estudos mais completos é o da equipe da psiquiatra americana Susan Tapert, na Universidade da Califórnia. Tapert estudou o cérebro de jovens menores de idade com histórico de consumo de álcool. Ela descobriu em todos eles um dano variável mas permanente em uma região cerebral conhecida como hipocampo. Essa estrutura neuronal é parte do chamado sistema límbico. Ela aparece nos dois hemisférios cerebrais e, de forma pouco conhecida pelos cientistas, é responsável pela navegação espacial e pela memória. Não por acaso, as doenças degenerativas do cérebro, como Alzheimer, são mais cruéis quando destroem as células nervosas do hipocampo. A exposição do hipocampo ao álcool em tenra idade é uma temeridade que os cientistas sustentam que deve ser evitada a todo custo.

Para piorar o quadro, a reportagem demonstra ainda que a iniciação ao álcool está ocorrendo cada vez mais cedo. No Brasil, ela ocorre aos 12 anos e meio, enquanto nos anos 90 acontecia aos 14. E os jovens estão adotando como hábito beber exageradamente, e não apenas nos fins de semana. Com isso, além dos danos neurológicos a longo prazo, o adolescente fica exposto a riscos mais imediatos, como envolvimento em acidentes de trânsito (no Brasil, metade dos acidentes automobilísticos fatais está ligada ao consumo de álcool entre jovens de 18 a 25 anos), casos de violência sexual, brigas e sexo sem proteção.

O estudante carioca Paulo Victor Mombach, entrevistado por Veja, perdeu a conta de quantas vezes na adolescência se envolveu em acidentes ao dirigir embriagado. No mais grave deles, acordou no hospital, todo imobilizado, e ficou dois meses de cama. "Meus pais me davam bronca, botavam de castigo, tiravam a mesada, mas não adiantava. Eu não tinha maturidade para enxergar que estava exagerando", diz.

“A dificuldade de entender o perigo da associação entre bebida e direção é algo típico da adolescência", explica a reportagem. "Nessa fase da vida, a pessoa passa por intensas mudanças físicas e emocionais. Mapeamentos do cérebro mostram que as estruturas responsáveis pelo controle dos impulsos e que ajudam os indivíduos a definir o que é certo e o que é errado ainda não estão completamente formadas. Portanto, o adolescente, por natureza, não tem condições de avaliar as conseqüências de seus atos e vive se metendo em encrenca – daí a noção, muito comum, de que se trata de uma fase problemática. ‘Na adolescência, ocorre uma série de transformações que fazem com que a pessoa fique confusa. É uma confusão boa, de descobrir o que ela vai fazer da vida. Mas, se nessa confusão entram álcool e drogas, fica tudo mais difícil’, afirma a psicóloga Ilana Pinsky, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).”

Note os números: dos adultos que haviam começado a beber antes dos 14 anos, 47% se tornaram dependentes; entre os que iniciaram o consumo a partir dos 21 anos, o porcentual de dependência foi de 9%.

Depois de apresentar outros dados científicos e advertências de especialistas, a matéria tenta suavizar o tema sugerindo que beber moderadamente não tem problema: “...a regra de ouro é: menor não toma bebida alcoólica. Se tomar, que beba pouco e só em algumas ocasiões.

Mas o que significa moderadamente? Quantos bebedores sabem o momento de parar? Como saber se não estarei me arriscando a fazer parte dos 47% ou dos 9%? Vale a pena o risco?

Leia também:
"Um único drinque já é suficiente para atrapalhar o raciocínio"

Fonte - Blog do Michelson Borges


Nota DDP: Penso que, se a orientação foi tão específica para João e, não havendo outro maior que ele, o exemplo nos serve sem necessidade de maiores comentários. Vamos ao texto bíblico:

Lucas 1:13 Disse-lhe, porém, o anjo: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida; e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, a quem darás o nome de João.
Lucas 1:15 Pois ele será grande diante do Senhor, não beberá vinho nem bebida forte e será cheio do Espírito Santo, já do ventre materno.
Lucas 7:28 E eu vos digo: entre os nascidos de mulher, ninguém é maior do que João;

"A única maneira em que alguém pode estar seguro contra o poder da intemperança é abster-se completamente do vinho, cerveja e bebidas fortes. Devemos ensinar aos nossos filhos que, a fim de serem varonis, devem deixar de parte essas coisas. Deus nos tem mostrado o que constitui o verdadeiro valor." (Orientação da Criança - Ellen G. White - Pág. 401)
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