O nível do mar no mundo pode subir duas vezes mais neste século do que os cientistas da Organização das Nações Unidas haviam previsto, segundo pesquisadores que estudaram o que aconteceu há mais de 100 mil anos, a última vez em que a Terra ficou com esta temperatura.
Especialistas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU sugeriram que um máximo de 0,8 metro de elevação no nível do mar - um efeito-chave do aquecimento global - para o século 21.
Mas pesquisadores disseram em um estudo publicado no domingo na revista Nature Geosciense que o máximo poderia ser o dobro disso, ou 1,6 metro.
A estimativa foi feita com base em estudos do chamado período interglacial, entre 124.000 e 119.000 anos atrás, quando o clima da Terra era tão quente quanto é agora devido a uma diferente configuração na órbita do planeta em torno do sol.
Esta foi a última vez em que o nível do mar chegou a 6 metros acima do nível atual, devido ao descongelamento de folhas de gelo que cobriam Greenland e Antártica.
Os pesquisadores afirmam que seus achados são a primeira documentação substancial de como o nível do mar subiu rapidamente para esse patamar.
'Até agora, não havia registros que suficientemente mostravam a taxa total das elevações do nível do mar do passado até o nível atual', disse o autor Eelco Rohling, do Centro Nacional de Oceanografia da Grã-Bretanha, em um comunicado.
Rohling e seus colegas descobriram uma média de elevação do nível do mar de 1,6 metro a cada século durante o período interglacial.
Naquele tempo, Greenland tinha 3 a 5 graus centígrados a mais do que agora, o que é similar ao período de aquecimento esperado nos próximos 50 a 100 anos, segundo Rohling.
Modelos atuais de folhas de gelo não prevêem taxas de mudança desta magnitude, mas eles não incluem muitos dos processos dinâmicos já observados por glaciologistas, disse o comunicado.
(Fonte: JB Online)
Fonte - Ambiente Brasil
Nota DDP:
Como sempre fico com a firme impressão que os responsáveis por estes estudos não têm a menor idéia com o que estão lidando, dada a quantidade de vezes que, em curto espa~ço de tempo, mudam de opinião e previsões. Vide, e.g., o caso do descongelamento do Ártico, que inicialmente se indicava como data provável o final deste século e que veio caindo continuamente até o último estudo que já divaga sobre o ano de 2.013...