O Vaticano publicou nesta sexta-feira uma Nota Doutrinária que reafirma o dever de todos os fiéis de evangelizar os não-católicos, incluindo membros de outras religiões cristãs.
Pregar o Evangelho aos não-católicos não significa ter "atitudes de intolerância" nem é um "perigo para a paz", além de ser "um dever e também um direito irrenunciável", diz a nota.
Intitulado "Nota Doutrinária sobre Alguns Aspectos da Evangelização", o documento foi aprovado em 6 de outubro passado pelo papa Bento 16 e define os termos da missão evangelizadora da Igreja Católica, particularmente em relação ao "respeito à consciência e à liberdade religiosa de todos".
A nota, assinada pelo atual prefeito da Congregação para Doutrina da Fé, cardeal William Levada, aborda as implicações antropológicas, eclesiásticas e ecumênicas da evangelização e rechaça "as teorias de cunho relativista que querem justificar o pluralismo religioso", segundo as quais o ato de evangelização da Igreja seria "um atentado à liberdade dos outros".
"O respeito pela liberdade religiosa e sua promoção não devem de modo algum nos tornar indiferentes à verdade e ao bem", diz a nota.
Em sua conclusão, o documento declara que "relativismos de hoje no âmbito religioso não são um motivo válido para faltar a esse fascinante compromisso (da evangelização), que pertence à própria natureza da Igreja e é sua tarefa primária".
Fonte - Folha
Nota DDP:
Ainda neste particular, foi noticiado em Zenit:
"Evangelização e ecumenismo não estão em oposição, acrescenta o documento. Mas sim, sucede o contrário. As divisões dos cristãos podem comprometer seriamente a credibilidade da missão evangelizadora da Igreja. Se o ecumenismo consegue realizar uma maior unidade entre os cristãos, a evangelização também resultará mais eficaz".
Não há dúvida portanto, que as intenções da ICAR, seja com ecumenismo, seja com diálogo religioso, como considerado aqui em Natal une diferentes confissões religiosas e Diálogo inter-religioso prossegue, é a de "evangelizar" não somente os incrédulos, mas também o que ela chama de "comunidades eclesiais", ou seja, os demais grupos cristãos.
Mais uma vez vemos, portanto, em consonância com a notícia recente de que o Vaticano reafirma «exclusividade» da Igreja Católica temos que cada vez mais atual a afirmação de que "Roma nunca muda".
E o interessante desta questão é que a ICAR em aliança com o CMI recentemente estava a elaborar um documento comum sobre proselitismo, como pode ser visto em Igrejas querem código de conduta por roubo de fiéis. Nada como o "façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço".