A conversão, às vezes chamada de "furto de rebanho", causa conflitos entre religiões diferentes. Grupos militantes frequentemente são acusados de usar táticas desleais para conseguir novos integrantes.
O CMI, que tem sede em Genebra e que trabalha em cima da questão junto com o Vaticano, disse que a reunião que acontecerá em Toulouse esta semana deve levar quase à conclusão o processo de elaboração de um conjunto de regras. A data limite para a elaboração é 2009.
"Representantes evangélicos e pentecostais vão participar do diálogo pela primeira vez, e encaramos isso como um bom sinal para o sucesso do projeto", disse Juan Michel, representante do CMI.
As duas correntes, que se destacam pelo proselitismo, tiraram fiéis de outras organizações cristãs, especialmente na América Latina, na África e na Ásia. Desde que o trabalho para o acordo começou, em maio do ano passado, elas mantinham-se à distância.
Desta vez, as discussões contarão com a participação do filósofo Thomas Schirrmacher, de um grupo chamado WEA, alemão, e do bispo norte-americano Tony Richie, embora os dois estejam indo à reunião como indivíduos, e não como representantes oficiais de seus grupos.
"Sempre quisemos que o processo fosse aberto e incluísse todo mundo", disse Michel. A primeira reunião teve a participação de budistas, hinduístas, muçulmanos, judeus e iorubás, além dos cristãos. Foi emitida uma declaração dizendo que a liberdade de religião é um "direito inegociável de todo ser humano".
A reunião de Toulouse, entre 8 e 12 de agosto, reunirá cerca de 30 representantes das igrejas católica, protestante, ortodoxa e outros teólogos, disse o CMI. "A conversão é um assunto polêmico não só nas relações inter-religiosas, mas também nas relações intracristãs", disse Hans Ucko, principal autoridade do CMI para o diálogo entre as fés.
O CMI afirma que o código pode amenizar a tensão com outras fés, especialmente com líderes islâmicos que consideram apóstatas os muçulmanos que se convertem. Em alguns países, eles estão sujeitos à pena de morte.
Alguns grupos muçulmanos encaram missionários de outras religiões como "inimigos da fé verdadeira" e às vezes tomam medidas extremas contra eles. O Talibã, no Afeganistão, sequestrou 23 sul-coreanos no mês passado e matou dois deles, sob a acusação de ter ido ao país para disseminar o cristianismo num país muçulmano.
Nota DDP:
Comentário do Prof. Sikberto Marks em 01/Jun/07 já prevendo este estado de coisas:
Voltai a ela, povo Meu?
Terminou dia 31 de maio a 5ª CELAM, da Igreja Católica da América Latina. Umas das decisões foi a busca pelos fiéis que migraram para outras igrejas. Eles serão visitados em seus lares para apelos de retorno à igreja mãe. O apelo incluirá a que considerem a decisão de fidelidade por ocasião do batismo. (O batismo nessa igreja se realiza nos primeiros dias de vida, e com essa idade alguém é capaz dessa decisão? No Brasil menores d e18 anos não são nem mesmo responsáveis pelos seus atos.)
A Igreja Católica não considera essa busca como proselitismo pois está apenas tentando reaver o que lhe pertence. O proselitismo vem sendo condenado cada vez mais. A tendência é o surgimento de leis civis proibindo a evangelização, principalmente o ensino da verdade bíblica.
A decisão da Igreja Católica reflete uma tendência em direção a um debate global sobre os grandes temas bíblicos quanto a adoração. Ou será que os fiéis retornarão, submissos, sem contestar os dogmas que abandonaram?
Mais do mesmo: O "Grande Conflito" em movimento 2