Estamos vivendo no limiar de um novo mundo. Jesus Cristo, em breve, voltará a essa Terra para acabar com o mal e levar os salvos para o Céu (Jo 14:1-3). Antes disso, porém, o mundo passará por uma grande crise (Apo 13:11-17), envolvendo a batalha entre o descanso do sétimo dia (prescrito nas Escrituras) e o descanso dominical (baseado na tradição dos homens).
O cardeal católico Renato Martino, presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, apelou aos políticos do mundo inteiro para lerem o Compêndio da Doutrina Social da Igreja. Talvez, o principal ponto do Compêndio para o qual o cardeal desejava chamar a atenção de todos os políticos, é o de número 286: "As autoridades públicas têm o dever de vigiar para que não se subtraia aos cidadãos, por motivos de produtividade econômica, o tempo destinado ao repouso e ao culto divino... Os cristãos devem envidar esforços, no respeito à liberdade religiosa e ao bem comum de todos, para que as leis reconheçam os domingos e os dias de festa da Igreja como feriados."
Esse tipo de apelo vindo da liderança católica tem se tornado freqüente nos últimos anos. A mudança da guarda do sábado para o descanso dominical foi ratificada pela Igreja sem a autorização das Escrituras, a partir do segundo século. "Mas, estranho como possa parecer, nenhum autor do segundo e terceiro séculos jamais citou um único texto bíblico como prova da autorização de se observar o domingo em lugar do sábado. Nem Barnabé, nem Inácio, nem Justino, nem Irineu, nem Tertuliano, nem Clemente de Roma, nem Clemente de Alexandria, nem Orígenes, nem Cipriano, nem Vitorino, nem qualquer outro autor que tenha vivido próximo ao período em que Jesus vivera, conhecia qualquer instrução a esse respeito, deixada por Jesus ou por qualquer texto bíblico." (C. Mervyn Maxwell, God Cares, vol. 1, p. 131).
Ao mesmo tempo em que o Compêndio da Doutrina Social da Igreja Católica procura pressionar os políticos para adotarem uma legislação civil a favor do descanso dominical, também enfatiza outros pontos que, pela universalidade de seu conteúdo, podem muito bem ser invocados pelos próprios guardadores do sábado, opção esta que, caso lhes seja negada, tornaria a Doutrina Social da Igreja Católica extremamente discriminatória:
399 "O cidadão não está obrigado em consciência a seguir as prescrições das autoridades civis se forem contrárias às exigências da ordem moral, aos direitos fundamentais das pessoas ou aos ensinamentos do Evangelho... Além de ser um dever moral, esta recusa é também um direito humano basilar que, precisamente porque tal, a própria lei civil deve reconhecer e proteger: ‘Quem recorre à objeção de consciência deve ser salvaguardado não apenas de sanções penais, mas ainda de qualquer dano no plano legal, disciplinar, econômico e profissional’. É um grave dever de consciência não prestar colaboração, nem mesmo formal, àquelas práticas que, embora admitidas pela legislação civil, contrastam com a lei de Deus."
421 "A dignidade da pessoa e a mesma natureza da busca de Deus exigem que todos os homens gozem de imunidade de toda coação no campo religioso. A sociedade e o Estado não devem forçar uma pessoa a agir contra a sua consciência, nem impedi-la de proceder de acordo com ela."
506 "As tentativas de eliminação de inteiros grupos nacionais, étnicos, religiosos ou lingüísticos são delitos contra Deus e contra a própria humanidade e os responsáveis de tais crimes devem ser chamados a responder diante da justiça... A Comunidade Internacional no seu conjunto tem a obrigação moral de intervir em favor destes grupos, cuja própria sobrevivência é ameaçada ou daqueles que os direitos fundamentais são maciçamente violados."
Só gostaria de saber com que cara os líderes católicos defenderiam uma Lei Dominical quase universal caso os guardadores do sábado invocassem esses mesmos conceitos defendidos pela Doutrina Social Católica! É só esperar para ver...
"Bem-aventurado o homem que faz isto, e o filho do homem que nisto se firma, que se guarda de profanar o sábado e guarda a sua mão de cometer algum mal." (Is 56:2).