Cidade do Vaticano, 31 dez (RV) - Três viagens apostólicas internacionais, quatro visitas pastorais na Itália, 42 audiências gerais, mais de dois milhões de fiéis presentes nos encontros públicos no Vaticano e em Castel Gandolfo, além de vinte chefes de Estado e de governo recebidos, 28 grupos de bispos do mundo inteiro acolhidos em visita 'ad Limina'. São alguns dos números do 2008 de Bento XVI. De fato, um ano intenso para o papa, rico de eventos significativos, como agora recordaremos alguns:
Anunciar a alegria da esperança cristã, testemunhar a beleza do encontro com Cristo, mostrar a força da verdade que torna livres, desafiando o espírito do tempo. Bento XVI fez isso incansavelmente neste ano que chega ao fim, quer falando a uma multidão de jovens em Sydney, quer diante dos representantes das nações na sede da ONU, em Nova Iorque, ou ainda, como peregrino entre os peregrinos no Santuário mariano de Lourdes, na França.
Um 2008 que Bento XVI iniciou com um veemente apelo em favor da concórdia entre os povos. No dia 1º de janeiro, Dia Mundial da Paz, indicou na família um modelo para o diálogo entre as nações:
"O mesmo amor que constrói e mantém unida a família, célula vital da sociedade, favorece o instaurar-se entre os povos da terra daquelas relações de solidariedade e de colaboração que se atribuem a membros da única família humana."
É o primeiro de uma série de apelos em favor da paz que o papa dirigirá todas as vezes que o fragor das armas sufocar a voz dos mais frágeis. Bento XVI pediu o fim das violências anticristãs no Iraque, culminante com a morte do arcebispo de Mossul, Dom Paulos Faraj Rahho, durante o período em que se encontrava refém.
Condenação aos desumanos atos de terrorismo em Mumbai, na Índia. Uma exortação em favor da reconciliação na Terra Santa, novamente atormentada pela violência; em favor da paz no Norte Kivu, na República Democrática do Congo.
Foi particularmente dramático o verão 2008 no hemisfério norte, com o conflito no Cáucaso entre Rússia e Geórgia e o desencadeamento da violência anticristã no Estado indiano de Orissa. O papa fez-se próximo aos fiéis provados pelo sofrimento:
"Imploro ao Senhor que os acompanhe e os sustente neste tempo de sofrimento e lhes dê a força de continuar no serviço de amor em favor de todos. Convido os líderes religiosos e as autoridades civis a trabalharem juntos para restabelecer entre os membros das várias comunidades a convivência pacífica e a harmonia, que sempre foram sinal distintivo da sociedade indiana." (Audiência geral de 27 de agosto de 2008)
A paz e a defesa da lei natural inscritas no coração do homem, verdadeiro fundamento dos direitos humanos, estiveram no centro do histórico discurso que o Santo Padre dirigiu em abril passado na Assembléia Geral da ONU, em Nova Iorque. Uma viagem apostólica aos EUA na qual o papa expressou vergonha pelos abusos perpetrados contra menores por parte de sacerdotes e religiosos. Manifestou uma coragem e uma clareza que ajudam a sanar as feridas. Muitos jovens participaram das missas que o papa presidiu em terras estadunidenses.
Estiveram no centro das atenções do papa também as esperanças e as dificuldades dos jovens, particularmente da sua diocese. De fato, no início do ano o pontífice dedicou uma carta aos jovens da Diocese de Roma sobre a emergência educacional.
Depois, em julho, em Sydney, teve lugar o XXIII Dia Mundial da Juventude, centralizado na ação do Espírito Santo na vida dos jovens cristãos. Não um ponto de chegada _ advertiu o Santo Padre, mas um ponto de partida:
"Ao término desta extraordinária experiência de Igreja, que nos fez viver num renovado Pentecostes, voltem para casa revigorados pela força do Espírito Santo. Sejam testemunhas de Cristo ressuscitado, esperança dos jovens e de toda a família." (20 de julho de 2008)
Registraram-se novos positivos desenvolvimentos nestes meses na relação com o Islamismo: em novembro realizou-se em Roma o seminário organizado pelo Fórum católico-muçulmano. São os frutos do diálogo na verdade, indicado por Bento XVI desde o início de seu pontificado.
Em 2008 foram particularmente significativos os progressos no caminho do ecumenismo. Em maio, o patriarca armênio Karekin II visitou o papa no Vaticano. Em novembro foi a vez do Catholicos Aram I. O patriarca de Constantinopla Bartolomeu I esteve em Roma três vezes durante o ano.
O papa expressou proximidade aos ortodoxos russos com a morte de Aleksej II neste mês de dezembro, fazendo votos de que Roma e Moscou prossigam no caminho do diálogo.
Também uma grande iniciativa querida por Bento XVI contribuiu para fortalecer os esforços ecumênicos: a declaração do Ano Paulino: Eis como no dia 28 de junho, durante a celebração das Primeiras Vésperas da solenidade dos Santos Pedro e Paulo, o pontífice explicou as motivações desse ano dedicado ao Apóstolo dos Gentios:
"Paulo quer falar conosco – hoje. Por isso quis convocar este especial 'Ano Paulino': para escutá-lo e para aprender agora dele, como nosso mestre, 'a fé e a verdade', na qual são radicadas as razões da unidade entre os discípulos de Cristo."
Fonte - Radio Vaticano
Nota DDP: O ano que se findou realmente foi um ano cheio de avanços pontuais em termos proféticos. Os fatos permitem esta afirmação com facilidade. E 2009 já começou com os problemas do final do ano passado e, com poucos dias já foi somada uma guerra no barril de pólvora do mundo.