Viena - Especialistas em saúde pública divergiram sobre os efeitos apocalípticos que supostamente irá provocar a mudança climática na difusão de epidemias, durante o congresso anual da Sociedade Internacional para o Estudo das Doenças Infecciosas e do Centro Europeu para a Prevenção e Controle das Doenças em Viena.
Os especialistas reunidos no congresso médico concordaram, no entanto, que não "há dados suficientes para justificar um alarme sobre epidemias causadas pelas mudanças climáticas".
Diarmid Campbell-Lendrum, da Organização Mundial da Saúde (OMS), admitiu que as projeções sobre as futuras mudanças climáticas são incertas e seus efeitos se interrelacionam com determinates que não são climáticas, como fatores socioeconômicos, a crescente globalização e a eficácia dos programas de saúde.
Jonathan Suk, responsável pelo Centro Europeu para a Prevenção e Controle de Doenças, opinou que antes de divulgar teorias alarmistas, "é necessário instituir uma rede para a investigação desses supostos efeitos".
O projeto de Suk se chama "European Environment and Epidemiology Network" e sua proposta é "quantificar os riscos e entender de que modo a saúde da população pode ser afetada pela mudança climática".
Paul Reiter, um dos maiores especialistas em malária, expos durante o congresso que "a difusão da doença é um problema muito complexo, que depende de muitos fatores".
"A variação da temperatura é apenas uma das variáveis. Na maioria dos casos requer considerações também de outras causas, como a ecologia e o comportamento humano", afirmou Reiter.
Uriel Kitron, da Emory University de Atlanta, propôs, por sua vez, "vincular o estudo da mudança climática com o impacto da ação humana em fatores ligados ao clima e à demografia para explicar e prever as mudanças no comportamento das doenças".
Fonte - Jornal da Mídia