segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

"O papa comete um erro após o outro"

A revista “Isto É” entrevistou o teólogo suíço, católico Hanz Küng. Ele disse que “o papa comete um erro após o outro”. Esse Hantz Küng é uma espécie de moderno Lutero. Homem inteligente, estudioso da Bíblia, e severo crítico da Igreja Católica, homem muito bem fundamentado e que sabe o que fala. Foi consultor do Concílio Vaticano II, professor universitário e é autor de 25 livros.

A descrição que ele faz do atual papa é: um homem ultra conservador, que não admite mudanças na igreja, combate os progressistas, não admite que outras igrejas sejam assim consideradas verdadeiras, só aceita que a Igreja Católica seja a verdadeira e que as outras não salvam ninguém. Cria polêmicas e conflitos com outras igrejas, como já fez com os protestantes e evangélicos, os muçulmanos e agora com os judeus. Depois tem que voltar atrás. Ora, um homem que é considerado infalível, pois é papa, e desde 1870 a igreja diz que os papas são infalíveis no que dizem em termos morais e religiosos, não poderia errar tanto. Aliás, não poderia errar nunca. Os papas se fazem como DEUS, dizem ser infalíveis, mas esse agora tropeça a cada pouco.

Ainda está difícil entender como o novo presidente americano vai dialogar com o atual papa. Obama é um progressista, que apóia o aborto, os gays, pesquisas com células tronco, casamentos entre pessoas do mesmo sexo, ataca a Bíblia, e assim por diante. E o papa Bento XVI é exatamente o contrário. Obama tem tido apoio e aceitabilidade pelos líderes de mundo todo. Ele veio para unir o mundo, e tem poder para tentar. Mas como vai ele dialogar com o atual papa? Nesse aspecto é preciso esperar um pouco para saber como serão os entendimentos.

Há um ponto em comum entre os dois, o papa e Obama: eles conseguem, de um jeito ou outro, agregar os interesses de muitos para uma união global. É disso que Bento XVI mais fala, e Obama também. Essa unidade Bento XVI vem conseguindo rapidamente, desde que assumiu, e a unidade global é de alto interesse de Obama. Como se vem dizendo nesses últimos tempos: um forte e poderoso ponto em comum, que pode uni-los para ações conjuntas.

Fonte - Cristo Voltará

Nota DDP: Na mesma linha de pensamento, "Ratzinger é um 'Papa politicamente desastrado'". Como já defendi aqui anteriormente, o interessante destes "deslizes" de BXVI, é que as relações com os "ofendidos" via de regra saem consolidadas com os "incidentes". Não me parece que alguém descrito como o pensador do pontificado do papa anterior, que fechou muitas brechas, tenha passado de uma hora para outra a ser um "pastor medíocre".

Os passos parecem medidos e, assim como a substituição de um presidente "medíocre" levou seu sucessor ao estado de graça frente ao mundo, nada impede que o mesmo possa ocorrer em relação ao líder religioso de maior destaque no cenário mundial. De uma forma ou de outra, uma coisa é certa: nada do que sai do Vaticano deixa de ter propósito definido. Até porque existe um personagem conhecido por trás da cena.

Como entende um Pastor amigo, parece que todo este processo de crítica com este papa aponta para um próximo mais afável ao que o mundo secular entende como aceitável, algo parecido com o fenômeno recente ocorrido entre Bush/Obama, como já declinado.

Outro artigo interessante de se ler neste mister é "Se Obama fosse Papa", de onde se pode destacar no contexto do quanto aqui aduzido e do título conferido à análise:

[Se Obama fosse papa...] Iniciaria imediatamente as medidas reformadoras mais importantes por decreto ("ordem executiva"); e convocaria um concílio ecumênico para promover a mudança de rumo.

Temos a dobradinha esperada entre EUA e Vaticano registrada no parágrafo anterior.

É interessante ainda o quanto se espera de "mudança" com o novo presidente, quando pensadores políticos entendem que em realidade, ''Obama representa continuidade'', ou seja, todo esse "diz que me disse", tanto em relação ao presidente americano, quanto ao líder católico, parece ser muito marketing no atacado e pouca realidade no varejo.

O grande conflito continua em movimento.
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