Os pastores de 33 igrejas dos Estados Unidos pediram a seus fiéis que não votem no candidato democrata à Casa Branca, Barack Obama, nas próximas eleições, o que é uma violação de uma lei de impostos de 1954, informaram nesta segunda vários meios de comunicação. Em alguns casos os pastores estimularam seus fiéis a votarem no candidato republicano à presidência dos EUA, John McCain, afirma o jornal americano The Washington Post.
Votar em Obama "demonstra uma grave esquizofrenia moral", disse em seu sermão o reverendo Ron Johnson Jr., pastor da igreja Living Stones Fellowship, em Crown Point (Indiana), segundo o Washington Post.
Segundo este pastor, as posições de Obama sobre o aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo "contrariam diretamente a verdade de Deus, como revelam as Escrituras".
Já Luke Emrich, pastor da igreja New Life Church em West Bend (Wisconsin), disse que votará em McCain, em uma declaração de conteúdo político também proibida pela lei de isenção de impostos, informou o jornal The Washington Times.
"Mas cabe a vocês decidir. É uma decisão de vocês. Eu não entrarei com vocês na cabine de votação", acrescentou Emrich.
A CNN lembrou que uma lei de 1954 proíbe que as organizações isentas do pagamento de impostos, como congregações religiosas, se envolvam em campanhas políticas e declarem apoio a um ou outro candidato.
Jody Hice, pastor da Primeira Igreja Batista em Bethlehem (Geórgia), afirmou que após uma comparação entre as propostas de Obama e McCain sobre aborto e casamento de homossexuais chegou à conclusão de que o "candidato republicano tem uma visão mais bíblica".
O rabino Jack Moline, da congregação Agudas Achim, em Alexandria (Virgínia), e presidente da Interfaith Alliance, disse ao Washington Post que não tem objeções a que membros do clero se envolvam em campanhas políticas fora de templos, sinagogas e mesquitas.
"Entretanto, um santuário não deveria ser lugar de agitação política a favor de um candidato. Sobre diferentes problemas, sim, mas não sobre os candidatos", declarou Moline.
O Fundo de Defesa da Aliança (ADF, em inglês) disse em seu site que coordenou a ação de dezenas de pregadores e pastores que disseram no domingo a suas congregações que os cristãos não podem votar em Obama.
Erik Stanley, assessor legal da ADF, grupo com sede no Arizona, disse ao Washington Times que centenas de igrejas tinham se oferecido para participar, mas apenas 33 foram escolhidas.
Fonte: Terra
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