Washington, 23 set (EFE).- A Suprema Corte americana adiou hoje a execução de um condenado à morte no estado da Geórgia, após os pedidos de clemência apresentados pelo papa Bento XVI e pelo ex-presidente Jimmy Carter.
Fontes judiciais disseram que a ordem de adiamento foi recebida três horas antes da execução de Troy Davis, de 39 anos, que iria receber uma injeção letal pelo assassinato de um policial em 1989.
Outros que pediram clemência ao condenado foram o Prêmio Nobel da Paz Desmond Tutu, um ex-diretor do FBI (a polícia federal americana) e a freira Helen Prejean, que faz campanha contra a aplicação da pena de morte nos Estados Unidos e é autora do livro "Dean Man Walking", levado ao cinema por Susan Sarandon e Sean Penn (em "Os Últimos Passos de um Homem").
Segundo informações, os pedidos para que Davis tivesse sua vida poupada se baseavam em dúvidas sobre a culpa do condenado e nos argumentos de que o julgamento foi resultado de um caso de identificação equivocada.
Documentos mostram que sete das nove pessoas que foram ao tribunal testemunhar contra Davis retiraram suas declarações e disseram que haviam sido pressionadas pela Polícia.
Além disso, quatro dessas mesmas testemunhas afirmaram depois que outro homem, identificado como Sylvester Coles, era o assassino do caso.
Fontes judiciais disseram que o Supremo adiou a execução para considerar uma apelação dos advogados de Davis na próxima semana.
Fonte - G1
Nota DDP:
De se notar que cinco dos nove juízes da Suprema Corte americana são católicos. Chega a ser fascinante que o órgão máximo de uma nação fundamentalista protestante, embora o negue sob a alcunha do 'laicismo', se dobrem (ainda que por um motivo correto) ao "sucessor" daquele que um dia os motivou a fundar uma nação livre, por força da perseguição a que estavam afetos.