segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Europa nacionaliza bancos

O Congresso dos Estados Unidos deve aprovar nesta segunda-feira o plano de ajuda ao setor financeiro de US$ 700 bilhões, mas o anúncio não foi suficiente para impedir a queda das Bolsas e a propagação da crise à Europa, que amanheceu nesta segunda-feira com vários bancos nacionalizados.

Depois de uma semana de negociações, os líderes parlamentares e o governo de George W.Bush fecharam um acordo sobre os termos do plano, que será votado nesta segunda-feira na Câmara de Representantes e no Senado.

No entanto, o anúncio não freou a onda de estatizações e aquisições.

Na Grã-Bretanha, o governo anunciou a nacionalização do banco Bradford & Bingley, que segue assim o mesmo destino dos compatriotas Northern Rock, Alliance & Leicester e HBOS, adquirido pelo rival Lloyds TSB.

No domingo à noite, os governos da Bélgica, Holanda e Luxemburgo anunciaram a nacionalização parcial do banco e seguradora Fortis, com uma injeção de liquidez de € 11,2 bilhões.

Na Dinamarca, o banco Roskilde foi comprado por três instituições financeiras, enquanto o Vestjysk Bank adquiriu o Bonus Bank e vai realizar uma fusão com outra instituição regional.

Na Alemanha, o Hypo Real Estate (HRE) escapou da falência no último minuto ao obter uma linha de crédito de um consórcio de bancos do país.

As autoridades belgas se comprometeram ainda a ajudar o banco franco-belga Dexia, como fizeram com o Fortis, após uma queda superior a 29% das ações do primeiro.

O Banco Central Europeu (BCE) segue injetando liquidez nos mercados monetários para permitir o funcionamento dos bancos e evitar que a economia fique sem possibilidades de crédito.

Em uma operação coordenada com o Federal Reserve (Fed) americano, a instituição européia vai colocar nos mercados US$ 30 bilhões.

Apesar de todas as medidas para conter a crise, as Bolsas européias operavam em baixa na manhã desta segunda-feira.

As ações dos bancos afetados desabaram, como as do Hypo Real Estate (HRE), que chegaram a registrar desvalorização de 58,86% em Frankfurt.

As Bolsas asiáticas também não reagiram muito bem ao plano de Washingtom: Tóquio perdeu 1,26% e Hong Kong 4,3%. Sydney retrocedeu 2% e Seul 1,35%.

O presidente dos Estados Unidos, que discursará à nação antes da abertura da Bolsa de Nova York, declarou que o plano é "uma mensagem enérgica aos mercados mundiais, que mostra o compromisso dos Estados Unidos de devolver a confiança e a estabilidade ao sistema financeiro".

O plano constitui a maior intervenção do Estado no setor privado da história americana e deve ser aprovado seis semanas antes da eleição presidencial na maior potência econômica mundial.

O projeto do governo americano prioriza as cobranças do Estado, depois de um gasto inicial muito pesado para as finanças públicas, e servirá, sobretudo, para que o país assuma os créditos podres que os bancos concederam ao setor imobiliário.

Fonte - DGABC
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