segunda-feira, 15 de setembro de 2008

O 11/Set e a "Inquisição americana"

A "Guerra global ao terrorismo" é uma forma moderna de inquisição. Ela tem todos os ingredientes essenciais das inquisições francesa e espanhola.

Perseguir "terroristas islâmicos", executar uma guerra antecipativa (preemptive) à escala mundial para "proteger a pátria" são argumentos utilizados para justificar uma agenda militar.

A "Guerra global ao terrorismo" (GGT) é apresentada como um "Choque de civilizações", uma guerra entre valores e religiões em competição, quando na realidade é uma clara guerra de conquista, guiada por objectivos estratégicos e económicos.
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O objectivo da "Guerra global ao terrorismo" lançada em Setembro de 2001 é galvanizar o apoio público para uma campanha mundial contra a heresia. Aos olhos da opinião pública, possuir uma "causa justa" para travar a guerra é crucial. Diz-se que uma guerra é Justa se ela for travada nos terrenos moral, religiosa ou ético.
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A este respeito, a Inquisição Americana como uma construção ideológica é, sob muitos aspectos, semelhante à ordem social inquisitorial predominante em França e na Espanha durante a Era Medieval. A inquisição, que começou em França no século XII, era utilizada como uma justificação para a conquista e a intervenção militar.

Inicialmente ela tomou a forma de uma campanha no Sul da França dirigida contra os cátaros e os waldensianos, os quais desafiavam os ensinamentos da Igreja Católica Romana. O movimento cátaro era uma seita religiosa que era protegida pela ordem feudal regional no Sul da França, contra o domínio da Igreja Católica e da monarquia francesa em Paris. "Os cátaros acreditavam que eram eles os verdadeiros cristãos e que a Igreja Católica era uma igreja falsa, fundada pelo diabo".

No século XIII, "o papa Inocêncio III declarou uma cruzada contra os cátaros", a pedido da família real francesa. A cruzada era de facto uma guerra de conquista sob o disfarce de uma campanha contra a heresia.

A inquisição dirigida contra a heresia pretendia consolidar o controle territorial da monarquia. Ela proporcionava um pretexto para intervir militarmente no Sul e Sudoeste da França, utilizando a autoridade da Igreja Católica como uma fachada.
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Qualquer um que duvide da legitimidade da inquisição americana ("Guerra global ao terrorismo") é um herético teórico da conspiração ou um cúmplice dos terroristas.

A inquisição americana faz parte de um Consenso Bipartidário. Tanto os democratas como os republicanos apoiam a inquisição americana.
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O Patriot Act de hoje, os tribunais militares, o campo de concentração de Guantanamo, os campos de "rendição" da CIA, Abu Ghraib, etc, fazem parte de um sistema inquisitorial avançado. Suspeitos de terrorismo são mantidos incomunicáveis. Eles são torturados, examinados por tribunais militares e sentenciados. Não lhes é dado o direito de abjurar.
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A Nova Ordem Mundial constrói consenso político e dos media (isto é, a GGT) mas ao mesmo tempo cria e molda a sua própria oposição. Ela estabelece os limites da dissenção. Ela "fabrica dissenção".

Os candidatos presidenciais na corrida bipartidária são apoiados por poderosos interesses corporativos que incluem companhias petrolíferas, a Wall Street e empreiteiros da defesa.
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O sistema legal da América de hoje tem todas as características essenciais de uma ordem inquisitorial. A tortura é permitida "sob certas circunstâncias", conforme uma "opinião legal" do Departamento de Justiça emitida em Agosto de 2002.
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O objectivo final é subjugar os cidadãos, despolitizar totalmente a vida social na América, impedir as pessoas de pensarem e conceptualizarem, de analisarem factos e desafiarem a legitimidade da ordem social inquisitorial que vigora na América.

A Grande Mentira torna-se a Verdade. As realidades são invertidas.

A guerra torna-se paz, um empreendimento humanitário meritório.

A dissensão pacífica torna-se heresia.

O objectivo é criar uma atmosfera de medo e insegurança, tendo em vista sustentar a Nova Ordem Mundial.
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Fonte - Resistir

Nota DDP: Faltou apenas unir o que o articulista analisa como uma nova forma de inquisição, à antiga.
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