ROMA, 21 Dez. 09 / 04:35 am (ACI).- O vaticanista italiano Sandro Magister ressaltou os esforços do Papa Bento XVI por proteger o meio ambiente, promovendo e defendendo primeiro ao ser humano, em sua mensagem para a Jornada Mundial da Paz que se celebra no próximo 1 de janeiro de 2010. Para o Santo Padre, explica o perito, "a ecologia do homem é anterior à ecologia da natureza".
Em sua coluna de opinião, Magister explica que a conhecida revista americana de geopolítica "Foreign Policy" reconheceu o Pontífice como um dos "100 maiores pensadores globais" de 2009 por haver "colocado à Igreja de maneira inesperada à cabeça na defesa do ambiente e na denúncia dos perigos da mudança climática".
O vaticanista recorda que a "revolução verde" o Papa Bento XVI se encontra condensada na mensagem para a Jornada Mundial da Paz dado a conhecer enquanto se realizava a Cúpula de Copenhague, na Dinamarca, onde "os representantes de todos os Estados estavam reunidos para uma debatida e infrutífera conferência mundial sobre o clima".
"Ao centro da mensagem –explica– há uma imagem bíblica: a do jardim da criação, que Deus confia ao homem e a mulher para que o cuidem e o cultivem. A natureza não tem pois nenhuma primazia sobre o homem, nem este é uma parte mais da natureza. À sua vez, tampouco o homem pode adotar o direito de depredar a natureza em vez de cuidá-la".
Seguidamente Magister ressalta que um conceito essencial da mensagem do Bento XVI é que "entre a ecologia da natureza e a ecologia do homem existe identidade do destino. O cuidado da criação deve ser um com o cuidado da ‘inviolabilidade da vida humana em cada uma de suas fases e em qualquer condição’".
"Tudo se sustenta: cuidado da natureza, respeito da dignidade do homem e paz entre os povos. Onde se desata o ódio e a violência, também a natureza geme. Uma paisagem devastada e uma cidade inabitável são o produto de uma humanidade que tornou sua própria alma um deserto", acrescenta.
Fonte - ACI Digital
Nota DDP: De ser observado o reconhecimento do vanguardismo da igreja romana na questão ambiental, o que, por sí só, já é uma admissão implícita da relevância desta neste aspecto. Também não se pode deixar de observar a insistência de levar o tema em paralelo com a criação, o que automaticamente traça um paralelo com o ciclo semanal de trabalho e descanso. Por fim, é também perceptível a ênfase que se tem dado ao "fracasso" de Copenhagen, o que é interessante no sentido de levar o tema de forma ainda mais aprofundada para opinião pública, que certamente acabará "pedindo" a tomada de medidas, dado o temor excessivo que se tem instaurado no imaginário popular.
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