Imagens da Nasa comprovam que a superfície solar nunca esteve tão enfurecida”.. Há novas explosões a cada segundo. O Sol já agoniza e, como toda estrela, aproxima-se de seu fim
Por Luciana Sgarbi
Quando olhamos para o céu temos a impressão de que as estrelas são eternas. Apesar da exuberância e da grandiosidade que possuem, elas são, no entanto, tão frágeis quanto o menor dos microrganismos terrestres. Não, não são somente os poetas que cantam, são os astrônomos que cientificamente constatam: as estrelas nascem, vivem e morrem. Assim, todos os dias bilhões de astros se desenvolvem nos confins do universo, bilhões deles desaparecem, mas nenhum é tão observado quanto aquele que rege toda e qualquer forma de vida na Via Láctea – ou seja, rege também a nossa e sem ele morremos. Trata-se do Sol. Na semana passada, imagens capturadas pela sonda Hinode e pelo telescópio Hubble, da Agência Espacial Americana (Nasa), deixaram os cientistas atônitos. Motivo: a atmosfera solar é ainda mais turbulenta do que se imaginava. São explosões gigantescas de puro fogo que criam ventos solares, causando danos na comunicação via satélite com a Terra. Mais: a cada segundo, o Sol emana parte do seu calor e com isso chega cada vez mais próximo do seu resfriamento. Grave: aproxima-se do seu fim. Com as novas pesquisas, os cientistas já sentenciaram: o futuro será sombrio. O astro rei morrerá. O diretor de heliofísica da Nasa, Dick Fischer, comandou recentemente o lançamento da sonda Hinode (“nascer do sol” em japonês) para vigiar de perto todas as reações dessa estrela de fogo. Com lentes de alta potência que se valem de infravermelho, a Hinode foi capaz de trazer imagens incríveis. “Elas abrem uma nova era de estudos dos processos solares que afetam a Terra e todo o Sistema Solar. O Sol está em fúria”, disse Fischer. O que ele e sua equipe observaram foram imagens que revelam o campo magnético com explosões de fogo que têm a potência da bomba atômica que arrasou Hiroshima. Tal comportamento revela que o calor do núcleo do Sol está sendo emanado, o que caracteriza o fim de uma estrela. A preocupação aumentou com a observação de outro material, dessa vez através do telescópio Hubble. As suas lentes mostraram para os astrofísicos o que eles jamais imaginariam presenciar: a morte de uma estrela semelhante ao Sol. O Hubble fotografou a imagem da nebulosa NGC 2440 morrendo, uma agonia cósmica composta por uma explosão multicolorida. A estrela, que está a uma distância de cerca de quatro mil anos-luz da Terra, espalhou camadas de gás que se tornam brilhantes diante de sua luz ultravioleta. “Pela primeira vez temos a idéia de como será o fim do Sol. Ele morrerá dentro de cinco bilhões de anos e, na contagem de tempo no campo da astrofísica, isso significa que o Sol já começou a agonizar”, diz Fischer.
Fonte - Revista Isto É