sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Globalização precisa de «código ético comum», constata Papa

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 11 de dezembro de 2008 (ZENIT.org).- A globalização precisa de um «código ético comum», constata Bento XVI na mensagem que escreveu por ocasião da Jornada Mundial da Paz, que acontecerá em 1º de janeiro.

No texto, publicado nesta quinta-feira pela Santa Sé, afirma que para combater a pobreza e assegurar a paz «hoje, uma das vias mestras é a globalização que tenda aos interesses da grande família humana» e requer «uma forte solidariedade global».

«É preciso ter um ‘código ético comum’, cujas normas não sejam só fruto de acordos, mas que estejam arraigadas na lei natural inscrita pelo Criador na consciência de todo ser humano», já que a globalização, ainda que «abata certas barreiras», «não significa que não se possam construir outras novas».

Segundo o bispo de Roma, «a marginalização dos pobres do planeta só pode encontrar instrumentos válidos de emancipação na globalização se todo homem se sentir pessoalmente ferido pelas injustiças que há no mundo e pelas violações dos direitos humanos vinculadas a elas».

Para isso, o pontífice propõe uma série de iniciativas, entre elas uma «integração das economias», e faz um convite «a que todos os países tenham as mesmas possibilidades de acesso ao mercado mundial, evitando exclusões e marginalizações», especialmente os países africanos.

Com relação às finanças, considera, devem «orientar-se a longo prazo e ao bem comum». «Finanças restringidas ao curto ou curtíssimo prazo chegam a ser perigosas para todos, também para quem consegue beneficiar-se delas durante as fases de euforia financeira».

Em resumo, afirma o Papa, a luta contra a pobreza requer «uma cooperação, tanto no plano econômico como no jurídico, que permita à comunidade internacional, em particular aos países pobres, maior participação para enfrentar tais problemas».

Por outro lado, adverte, «é inegável que as políticas marcadamente assistencialistas estão na base de muitos fracassos na ajuda aos países pobres».

«Que o verdadeiro projeto a médio e longo prazo seja investir na formação das pessoas e desenvolver de maneira integrada uma cultura da iniciativa», explica.

Por outro lado, afirma, «não devemos nos iludir pensando que uma política de pura redistribuição da riqueza existente resolve o problema de maneira definitiva», mas que é necessário utilizar o benefício como «um instrumento importante para alcançar o objetivo da luta contra a fome e a pobreza absolutas».

Em resumo, conclui o Papa, é necessária uma globalização que leve em conta «em primeiro lugar as exigências dos pobres da terra, superando o escândalo da desproporção existente entre os problemas da pobreza e as medidas que os pobres adotam para enfrentá-los».

Esta desproporção «é de ordem cultural e política, assim como espiritual e moral», explica o Papa, e afirma que o combate contra a pobreza não deve limitar-se «a suas causas superficiais e instrumentais» sem referir-se «às que estão no coração humano, como a avidez e a falta de amplitude de horizontes».

«A luta contra a pobreza precisa de homens e mulheres que vivam em profundidade a fraternidade e sejam capazes de acompanhar as pessoas, famílias e comunidades no caminho rumo a um autêntico desenvolvimento humano», conclui.

Fonte - Zenit

Nota DDP: E a nova Encíclica Social deve sair do forno no começo de 2009. Economia e ecologia muito provavelmente serão as molas a serem utilizadas para justificar o reconhecimento do domingo nesta nova frente abarcada durante esta última semana de defesa dos direitos humanos no contexto da lei natural, leia-se mandamentos católicos.

Nota Minuto Profético: A apologia aos Dez Mandamentos é visível no discurso papal. Só não vê quem não quer... Se é verdade que o Decálogo é a melhor lei (e a mais objetiva) já criada para o ser humano, é também verdade que as regras ali prescritas não podem ser impostas mediante lei civil (especialmente os quatro primeiros mandamentos que prescrevem tão somente o relacionamento entre Deus e o homem, e fogem da jurisdição civil), pois isso violaria a separação entre Igreja/Estado. A Santa Sé, infelizmente, pensa diferente, e procura esconder sua verdadeira intenção (alcançar a supremacia política mundial) por detrás de um discurso politicamente correto de ajuda aos pobres, proteção do meio ambiente e proteção dos direitos trabalhistas. O mais triste nesta história toda é que os protestantes, em geral, têm perdido seu discernimento espiritual e sua capacidade de levantar a voz contra as injustiças do mundo e a ganância do poder (muitas vezes encontradas dentro dos próprios muros do Vaticano). Os EUA (maior país protestante) estão cada vez mais distantes do exemplo de defensores da liberdade e da justiça. Pelo contrário, estão seguindo os passos de Roma, e em breve, tomarão a iniciativa que a Igreja Romana tanto espera: imposição de uma Lei Dominical compulsória como forma de "salvar" o mundo. É a crise final e o fim de todas as coisas cada vez mais perto. Só Jesus, então, poderá nos salvar... "Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa" (Ap 3:11).
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