quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Obama jurará o cargo sobre a Bíblia de Lincoln

Washington, 23 dez (EFE).- O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, jurará seu cargo em 20 de janeiro sobre a Bíblia que Abraham Lincoln usou para sua primeira posse, em 1861.

O diretor-executivo do Comitê Presidencial de Posse (PIC, em inglês), Emmett Beliveau, informou hoje que, desde então, é a primeira vez que um presidente jura o cargo sobre essa Bíblia.

Embora a Constituição dos EUA deixa livre a escolha aos presidentes sobre o volume que querem usar para a posse, tradicionalmente, cada novo líder jurou sobre a Bíblia e escolheu para isso uma de especiais conotações pessoais ou históricas.

Segundo Beliveau, Obama "se sente muito honrado que a Biblioteca do Congresso tenha permitido o uso da Bíblia de Lincoln em sua cerimônia".

"O presidente eleito está decidido a ter uma cerimônia de posse que celebre a unidade dos EUA e o uso desta Bíblia histórica oferecerá uma conexão poderosa com nosso passado e nossa herança comuns", disse.

A Bíblia de Lincoln, um dos tesouros mais prezados na Biblioteca do Congresso, foi adquirida inicialmente para a posse de Lincoln em 4 de março de 1861.

A Bíblia pessoal de Lincoln não podia ser usada naquela cerimônia porque, como os outros objetos e utensílios presidenciais, tinha sido empacotada e estava indo de Springfield, em Illinois, de onde procedia o líder, para Washington.

O volume que Obama usará mede 15 centímetros de altura por 10 centímetros de largura e 4,5 de profundidade, é encadernado em veludo púrpura e suas bordas são reforçadas com um metal banhado em ouro.

No centro da capa, está uma placa metálica, também banhada em ouro, na qual foi gravado o título "Bíblia Sagrada".

O juramento sobre a Bíblia de Lincoln é o mais recente "flerte" de Obama ao mandato republicano desde o começo de sua campanha eleitoral.

Obama, que se declara um firme admirador do presidente que colocou fim à Guerra de Secessão, lançou sua campanha em Springfield, em Illinois.

Como Lincoln, que criou um dos Governos mais admirados da história dos EUA com alguns de seus antigos adversários, Obama busca estabelecer um Gabinete que seja uma "equipe de rivais".

Além disso, também como Lincoln, o presidente eleito chegará a Washington de trem, após parar na Filadélfia e em Baltimore.

Fonte - G1

Nota DDP: Diante de todo este "paralelismo" buscado em torno dos dois presidentes, transcrevo um comentário já publicado neste espaço de lavra do Prof. Azenilto Brito, por ocasião da visita de BXVI aos EUA neste ano:

Por que será que há esse interesse todo do Vaticano na terra do Tio Sam, considerado o "baluarte do protestantismo"?

Acho que dá para saber, principalmente quem ler o livro do ex-sacerdote católico por 25 anos, 50 Years in the "Church" of Rome--The Conversion of a Priest, Charles Chiniquy, que dizia que a ICAR não sossegaria enquanto não dominasse a grande nação americana. Ele viveu no século XIX e era amigo particular de Lincoln, e garante que o assassinato de Lincoln foi tramado pela Igreja Católica e que John Booth, o seu assassino, era ligado a uma organização católica secreta.


Sem contar que falar em nação laica quando na posse o juramento é realizado sobre a Bíblia, é tão despropositado quanto ao se fazer a mesma afirmação em relação ao Brasil quando no preâmbulo da constituição consta o nome de Deus. Estado e religião podem se confundir, como de fato se confundem, muito facilmente.
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