O texto acordado em Junho passado, com a abstenção de Portugal, era muito contestado por sindicatos e criticado pela maioria dos eurodeputados portugueses, designadamente por prever a possibilidade de ser ultrapassado o actual tecto de 48 horas semanais, contemplar cláusulas de não participação e deixar de considerar tempo de trabalho o período inactivo de tempo de permanência.
Na questão central de limitar a semana de trabalho a 48 horas, os deputados votaram a favor por 421 contra 273, com 11 abstenções. E votaram por 512 contra 141 pela contagem de todas as horas de prevenção – por exemplo, no caso dos médicos dos hospitais – como sendo tempo de trabalho.
As políticas do trabalho esquecem os valores e tendem a construir uma sociedade materialista e laicista. É deste modo que o delegado da Conferência Episcopal Portuguesa, junto da Comissão dos Episcopados Europeus, comentou o debate, no Parlamento Europeu, sobre as directivas do trabalho.
Para D. Amândio Tomás, o trabalho deve dignificar a pessoa humana e, no caso português, o Bispo coadjutor de Vila Real até admite que a crise financeira pode ser benéfica para mudar atitudes e mentalidades.
Em entrevista à Renascença, D. Amândio Tomás diz que há uma visão economicista do trabalho, e dá como exemplo o trabalho ao Domingo, uma questão sensível para a Igreja Católica.
“Relativamente à questão do Domingo, feriado, ele deve manter-se porque é um pilar do modelo social europeu e tem uma importância capital para os trabalhadores e as suas famílias”, disse.