A viagem do papa, executada até às minúcias segundo um padrão de antemão planejado, me dá a impressão de um jogo armado para que as pessoas não percebam o óbvio, não usem o bom senso nem recorrem à imagem de Jesus tal qual aparece nos evangelhos. Um jogo de poder e hegemonia, com astúcia e sem misericórdia (apesar das aparências), como qualquer jogo em torno do poder. Um jogo de avanços e recuos, diplomacias, amabilidades e aparências, como qualquer jogo político. Neste mundo cruel, onde os instrumentos sociais (TV, governo, empresas) são de comprovada habilidade na arte de ocultar jogos e manter as pessoas sem entender o sentido das coisas, a viagem do papa no Brasil não destoou em nada do que estamos acostumados a ver quando desfilam autoridades na tela da televisão.
Fonte - Adital