Segundo Goldfajn, a economia norte-americana dá sinais de desaceleração e essa perspectiva repercute em todos os mercados.
"Se é para buscar uma explicação, tem que olhar para os EUA e não para a China. Fala-se muito na China, mas ela já desmentiu rumores de que iria restringir a movimentação de capital", afirmou o economista durante o seminário "Cenários da Economia Brasileira e Mundial em 2007", no Rio de Janeiro.
Goldfajn citou a crise imobiliária nos EUA como um dos principais fatores para a provável desaceleração da maior economia do mundo.
"Acho que é cedo para saber como e onde (a crise) vai chegar... alguma desaceleração da economia americana vai haver na minha visão. Isso reflete no resto do mundo. Não acredito no distanciamento e, portanto, os mercados ainda andam juntos", disse.
"(A crise) se tornou um pouco mais longa. As pessoas podem argumentar que o período é curto porque são duas, três semanas, mas já não é uma coisa de poucos dias", disse Goldfajn, prevendo que a volatilidade dos mercados financeiros deve continuar e que a recuperação das bolsas será mais lenta.
"As pessoas não voltam a investir tão rápido. Esperam, avaliam para tomar suas decisões", disse o economista.
Ele afirmou que o Brasil deve continuar aumentando o nível de suas reservas para se proteger da instabilidade do mercado financeiro. Ele não acredita, entretanto, que a turbulência afetará o ritmo de queda dos juros.
"O 0,25 ponto percentual continua sendo precificado", afirmou, referindo-se à expectativa do mercado para um novo corte do juro básico na reunião do Comitê de Política Montária (Copom) nesta semana.
Nota DDP:
Há pouco tempo postamos aqui uma análise acerca das possibilidades econômicas americanas, acompanhe aqui.