segunda-feira, 19 de março de 2007

Papa defende a colaboração Igreja-Estado, respeitando próprias competências

No discurso ao novo embaixador do Peru ante a Santa Sé

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 16 de março de 2007 (ZENIT.org).- Segundo Bento XVI, a separação entre Igreja e Estado não implica relações de inimizade, mas de colaboração no respeito das competências específicas de cada um.

O Papa ilustrou a concepção da Igreja Católica sobre a laicidade, ao receber as cartas credenciais do novo embaixador do Peru ante a Santa Sé, Alfonso Rivero Monsalve.

«A Igreja, que reconhece ao Estado sua competência nas questões sociais, políticas e econômicas, assume como um dever próprio, derivado de sua missão evangelizadora, a salvaguarda e difusão da verdade sobre o ser humano, o sentido de sua vida e seu destino último que é Deus», declarou.

A Igreja, acrescentou, «é fonte de inspiração, a fim de que a dignidade da pessoa e da vida, desde sua concepção até seu término natural, seja reconhecida e protegida, como garante a Constituição Peruana».

«Por isso, seguirá colaborando de maneira leal e generosa na educação, na atenção à saúde e na ajuda aos mais pobres e necessitados.»

O bispo de Roma assegurou o apoio da Santa Sé a «todo o esforço social que já se leva a cabo, para que haja sempre igualdade de oportunidades e cada peruano se sinta respeitado em seus direitos inalienáveis».

«Por isso -- assegurou --, o Episcopado do Peru continuará fomentando, à luz do Evangelho e da Doutrina Social da Igreja, a busca da verdade no campo familiar, trabalhista e sócio-político.»

«Por sua parte -- seguiu ilustrando o sucessor de São Pedro --, os católicos peruanos também estão chamados a ser fermento da mensagem cristã nas instituições sociais e na vida pública, para contribuir assim na construção de uma sociedade mais fraterna.»

«A Igreja, consciente de sua própria ‘missão religiosa e, por isso mesmo, sumamente humana’, assim como de seu dever de propor a verdade de todo homem, que por ser filho de Deus está dotado de uma dignidade superior e anterior a toda lei positiva, continuará trabalhando para alcançar esses objetivos», garantiu.

O Papa recordou que a Igreja «ensina também que só no respeito da lei moral, que defende e protege a dignidade da pessoa humana, pode-se construir a paz, favorecendo um progresso social estável».

«Por isso, é de desejar que continue a mútua colaboração entre o Estado e a Igreja no Peru, que até agora deu bons frutos», concluiu Bento XVI.

Fonte - Zenit

Nota DDP:
1) - Qual o limite dessa colaboração?
2) - Fermento? Não deveríamos ser o sal da terra?


I Coríntios 5:7
Expurgai o fermento velho, para que sejais massa nova, assim como sois sem fermento.
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