Vamos supor que você demore dez segundos para chegar ao fim deste parágrafo. Até lá, a indústria pornográfica terá arrecadado US$ 30 milhões em todo o mundo. Não é preciso gastar muitos neurônios na conta: são US$ 3 milhões a cada segundo.
Este e outros dados foram compilados pelo TopTenReviews, site americano que produz rankings de produtos como softwares, hardwares, games e filmes. Uma das suas avaliações mais recentes foi dedicada aos filtros anti-pornografia na internet.
Para comprovar a importância do produto, o site reuniu informações de várias fontes sobre a indústria pornográfica mundial, na mais extensiva pesquisa sobre o assunto que este blogueiro já viu (e que pode ser conferida aqui). Esqueça a China ou a Índia. A economia que cresce mais rápido no mundo é a do império da sacanagem.
Aqui vão alguns dados que chamaram a atenção do blogueiro:
* a indústria pornográfica faturou US$ 97 bilhões em 2006 nos 16 países em que sua atuação é mais forte; o ranking é liderado por China (US$ 27,4 bilhões), Coréia do Sul (25,7 bilhões), Japão (19,9 bilhões) e Estados Unidos (13,3 bilhões); o Brasil aparece em 16º lugar (US$ 100 milhões);
* o faturamento da indústria pornográfica é maior que das oito maiores empresas mundiais de tecnologia somadas (Microsoft, Google, Amazon, eBay, Yahoo!, Apple, Netflix e EarthLink); nos Estados Unidos, a arrecadação supera a das redes ABC, CBS e NBC;
* por mês, são realizados 1,5 bilhão de downloads de material pornográfico (35% do total); existem hoje 4,2 milhões de sites desse tipo no mundo (12% do total); 42% das pessoas que usam a internet consomem esse material;
* 20% dos homens admitem acessar sites pornográficos no trabalho (contra 13% das mulheres); 10% dos adultos confessam ser viciados em pornografia na rede (17% das mulheres dizem lutar contra o vício); um em cada três visitantes de sites pornô é mulher; há duas mulheres para cada homem nas salas de bate-papo;
* a cada 39 segundos, um vídeo pornô é produzido nos Estados Unidos;
Até aqui, tudo bem. Adultos sabem (ou deveriam saber) o que estão fazendo. O problema começa com a questão da pornografia infantil. Lá vão mais dados:
* existem hoje 100 mil sites que oferecem pornografia infantil, obviamente de forma ilegal; a idade média da primeira exposição a material explícito na internet é de 11 anos; 90% dos usuários entre 8 e 16 anos já viram algum tipo de pornografia na rede (a maioria diz que aconteceu ao fazer lição de casa); um em cada três jovens já recebeu algum tipo de pedido sexual pela internet.
De certa forma, a pesquisa só vem confirmar, com um nível de detalhes inédito, algo que nós já sabíamos: 1) as pessoas só pensam naquilo; 2) a internet só veio agravar a situação. Ainda assim, os números sobre o poder econômico e o impacto social da indústria pornográfica não deixam de ser surpreendentes. E, no caso da pornografia infantil, assustadores.
Para o site que fez a pesquisa, talvez a resposta para o problema seja de ordem prática: compre o melhor filtro anti-pornografia e durma sossegado. Quem dera que a questão fosse tão simples.
Fonte - Blog No Mínimo