A reunião do G20 em Washington, dias 14-15 de Novembro de 2008, é em si mesma um indicador histórico que assinala o fim do monopólio ocidental, sobretudo anglo-saxónico, sobre a governação económica e financeira mundial. Mas, para o LEAP/E2020, esta reunião também demonstrou claramente que estas cimeiras estão condenadas à ineficácia face à crise pois limitam-se a tratar os sintomas (derivas financeiras dos bancos e outros hedge funds, explosão dos produtos financeiros derivados, volatilidade extrema dos mercados financeiros e das divisas, ...) sem tratar da causa principal da presente crise sistémica global, ou seja, o afundamento do sistema de Bretton Woods fundado sobre o US dólar como esteio do edifício monetário mundial. Sem uma reformulação completa do sistema herdado de 1944 daqui até o Verão de 2008, a falência do sistema actual e dos Estados Unidos estão no seu cerne arrastara o conjunto do planeta para uma instabilidade económica, social, política e estratégica sem precedentes, marcada nomeadamente pela ruptura do sistema monetário mundial no Verão de 2009. À vista do jargão e do calendário tecnocráticos do comunicado desta primeira Cimeira do G20, totalmente desconectada da velocidade e da amplitude da crise em curso, o mais provável é que será preciso passar primeiro por esta catástrofe para que os problemas de fundo seja abordados de forma concreta e um princípio de resposta eficaz à crise seja por fim iniciado.
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Aqueles que, apesar dos nossos conselhos destes últimos dois anos, investiram nestes mesmos Fannie Mae e Freddie Mac, ou nas bolsas, ou nos grandes bancos comerciais dos EUA ou no sector bancário em geral, tranquilizam-se mais uma vez: tudo isso não pode acontecer pois "eles" impedirão. Mas há um problema que permanece: os "eles" a partir de agora estão em pânico e "eles" não compreendem mais nada numa situação para a qual "eles" jamais se prepararam.
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Fonte - Leap 2020
Nota DDP: De serem consideradas as possibilidades em torno do arrazoado.