terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Dor do Papa pela morte do Grão Mestre da Ordem de Malta

Da Agência Zenit, 08.02.2008.

Bento XVI manifestou seus pêsames pelo falecimento do fra Andrew Bertie, aos 79 anos de idade, 78º grão-mestre da Soberana Ordem de Malta, ocorrida em 7 de fevereiro.

O Papa transmite seus sentimentos em um telegrama enviado hoje à sede da Ordem, ao Fra Giacomo Dalla Torre del Tiempo di Sanguinetto, superior em vigor até que seja eleito um novo grão-mestre.

Na mensagem, o Papa elogia «a obra deste homem de cultura e seu compromisso generoso no cumprimento de seu elevado encargo, em especial a favor dos mais necessitados, assim como seu amor à Igreja e seu testemunho luminoso dos princípios evangélicos».

Andrew Willoughby Ninian Bertie foi o primeiro cidadão inglês em ser eleito ao cargo de grão-mestre nos 900 anos de história da Ordem. Nascido em 15 de maio de 1929, ele se instruiu no Ampleforth College, na Christ Church Oxford e na Escola de Estudos Orientais e Africanos da Universidade de Londres. Após realizar o serviço militar na Guarda Escocesa, trabalhou como jornalista financeiro na City de Londres, antes de assumir o cargo de catedrático de Línguas Modernas (francês e espanhol) na Worth School, em Sussex.

Admitido na Ordem em 1956, fez os votos religiosos solenes em 1981 e serviu no Conselho Soberano (governo da Ordem) durante os seguintes sete anos, antes de ser eleito grão-mestre em 8 de abril de 1988.

«Sua alteza Andrew Bertie, que falava com fluência cinco idiomas, supervisionou numerosas mudanças na Ordem de Malta, instaurando uma visão moderna nos programas humanitários da Ordem, aumentando o número de membros e ampliando as possibilidades de ajuda aos pobres e os necessitados de regiões remotas», constata um comunicado emitido pela ordem.

«Aumentou de 49 a 100 o número de missões diplomáticas bilaterais da Ordem, cujo delicado mandato é oferecer assistência a países atingidos por desastres naturais ou conflitos civis», afirmou.

A Soberana Ordem Militar e Hospitalar de São João de Jerusalém, de Rodas e de Malta, mais conhecida como a Soberana Ordem de Malta, tem um caráter duplo: é uma das mais antigas ordens religiosas católicas, sendo fundada em Jerusalém por volta do ano 1099 (celebrou o nono centenário de sua fundação oficial em 1999); ao mesmo tempo, sempre foi reconhecida pelas nações como um ente independente de Direito Internacional.

Entre os doutoradoshonoris causa que se atribuem a ele, encontra-se o de Medicina e Cirurgia da Universidade de Bolonha (1992); Jurisprudência da Universidade de Malta (1993); Humanidades da Universidade de Santo Domingo (1995), Universidade Católica Boliviana San Pablo, Bolívia (2002); e Direito na Universidade St. John’s, Minnesota (2003).

A missão da Ordem está definida em seu lema, «Tuitio Fidei et Obsequium Pauperum», a defesa da Fé e o serviço aos pobres.

A Ordem dirige numerosos hospitais, centros médicos, ambulatórios, estruturas especializadas para responder a emergências humanitárias em 120 países.

Atualmente está composta por 12.500 membros e por 80.000 voluntários permanentes, assistidos por 13.000 médicos, enfermeiros e pessoal de saúde.

A Ordem teve de converter-se em militar para proteger os peregrinos e enfermos e para defender os territórios cristãos na Terra Santa. Depois da perda de Malta (1798), a ordem deixou de exercer esta função.

Curiosamente e historicamente, segundo sites da Maçonaria, inclusive http://www.maconaria.net/ (de Portugal), "uma bula do Papa Clemente V, de 2/5/1312, decretou a extinção da famosa Ordem dos Templários, passando todos os seus bens para a Ordem do Hospital de São João de Jerusalém, depois Ordem dos Cavaleiros de Malta. Esta Ordem manteve a proteção aos Mestres Maçons, representada em iconografia do final do séc. XV, que mostra o Grão-Mestre da Ordem recebendo um Mestre Maçom, seguido de seus Companheiros portando os seus utensílios de trabalho: o Esquadro, o Compasso, o Malhei e o Cinzel". Em outras palavras, é clara a ligação entre a Ordem de Malta, os Templários e a Maçonaria que, segundo se imagina, foi abominada pelo Vaticano. Mas, pelas condolências papais, e não apenas pelas condolências, mas pelos elogios, percebe-se que existe algum tipo de ligação do Vaticano com a Maçonaria e as ordens ligadas a ela. No mínimo, estranho e sinistro.

Fonte - Realidade em Foco
Related Posts with Thumbnails