PARIS (AFP) - As doenças infecciosas emergentes registraram uma progressão nas últimas décadas, e as doenças de animais transmissíveis ao homem, nos países tropicais pobres, representam a maior ameaça para a saúde humana, segundo uma equipe internacional de pesquisadores.
As incidências das doenças emergentes, como a Aids, o vírus do Nilo Ocidental, a pneumonia atípica (Sras), o vírus Ebola ou ainda a gripe das aves, quase quadruplicaram nestes últimos cinqüenta anos, ressaltam os cientistas de quatro instituições - Sociedade Zoológica de Londres, Escola de Ecologia Odum da Universidade da Geórgia, Centro para uma Rede de Informação Internacional em Ciências da Terra (Ciesin), Consórcio por uma Medicina Ambiental do Wildlife Trust.
Eles analisaram 335 doenças emergentes entre 1940 e 2004, estudando suas relações com a densidade demográfica, a latitude, as chuvas, e a biodiversidade. Seus trabalhos, publicados pela revista Nature, levaram à elaboração de mapas de "pontos quentes", onde poderiam surgir as futuras doenças emergentes.
Este mapeamento das zonas de risco "é o primeiro a prever cientificamente onde as futuras doenças maiores - como a Aids ou a Sras - emergirão", indica Peter Daszak (Consórcio por uma Medicina Ambiental). "A ameaça principal para a saúde pública vem das zonas onde a população cresce e entra em conflito com a diversidade da fauna", acrescenta.
De acordo com os pesquisadores, 60% das doenças emergentes provêm das doenças animais transmissíveis ao homem (zoonoses) e a maioria dentre elas de animais selvagens.
As zonas com maior risco de zoonoses são "o Sudeste Asiático em sua totalidade, o subcontinente indiano, o Delta do Níger e a região dos Grandes Lagos na África", indicou Marc Levy (Ciesin) na terça-feira durante uma teleconferência.
"Proteger do desenvolvimento as regiões ricas em biodiversidade pode também ter um efeito em termos de prevenção da emergência de doenças no futuro", analisa Kate Jones (Sociedade Zoológica de Londres).
Cerca de 20% das doenças emergentes têm como origem a resistência aos tratamentos, devido principalmente à utilização crescente dos antibióticos nos países ricos. Os pesquisadores citam a tuberculose resistente e a bactéria E. Coli. "As doenças podem ser o preço do desenvolvimento", comenta o Dr Daszak.
O estudo mostra que os anos 80 registraram um recrudescimento das doenças emergentes, provavelmente devido à pandemia HIV/Aids, que provocou novas afecções. Os anos 90 foram marcados por um pico na incidência de doenças vetoriais, por exemplo trazidas pelos mosquitos, que podem estar relacionadas com as mudanças climáticas.
O problema para o futuro, advertem os pesquisadores, é que os recursos essenciais em matéria de controle das doenças emergentes estão concentrados nos países ricos, enquanto a ameaça se apresenta nos países em desenvolvimento.
As incidências das doenças emergentes, como a Aids, o vírus do Nilo Ocidental, a pneumonia atípica (Sras), o vírus Ebola ou ainda a gripe das aves, quase quadruplicaram nestes últimos cinqüenta anos, ressaltam os cientistas de quatro instituições - Sociedade Zoológica de Londres, Escola de Ecologia Odum da Universidade da Geórgia, Centro para uma Rede de Informação Internacional em Ciências da Terra (Ciesin), Consórcio por uma Medicina Ambiental do Wildlife Trust.
Eles analisaram 335 doenças emergentes entre 1940 e 2004, estudando suas relações com a densidade demográfica, a latitude, as chuvas, e a biodiversidade. Seus trabalhos, publicados pela revista Nature, levaram à elaboração de mapas de "pontos quentes", onde poderiam surgir as futuras doenças emergentes.
Este mapeamento das zonas de risco "é o primeiro a prever cientificamente onde as futuras doenças maiores - como a Aids ou a Sras - emergirão", indica Peter Daszak (Consórcio por uma Medicina Ambiental). "A ameaça principal para a saúde pública vem das zonas onde a população cresce e entra em conflito com a diversidade da fauna", acrescenta.
De acordo com os pesquisadores, 60% das doenças emergentes provêm das doenças animais transmissíveis ao homem (zoonoses) e a maioria dentre elas de animais selvagens.
As zonas com maior risco de zoonoses são "o Sudeste Asiático em sua totalidade, o subcontinente indiano, o Delta do Níger e a região dos Grandes Lagos na África", indicou Marc Levy (Ciesin) na terça-feira durante uma teleconferência.
"Proteger do desenvolvimento as regiões ricas em biodiversidade pode também ter um efeito em termos de prevenção da emergência de doenças no futuro", analisa Kate Jones (Sociedade Zoológica de Londres).
Cerca de 20% das doenças emergentes têm como origem a resistência aos tratamentos, devido principalmente à utilização crescente dos antibióticos nos países ricos. Os pesquisadores citam a tuberculose resistente e a bactéria E. Coli. "As doenças podem ser o preço do desenvolvimento", comenta o Dr Daszak.
O estudo mostra que os anos 80 registraram um recrudescimento das doenças emergentes, provavelmente devido à pandemia HIV/Aids, que provocou novas afecções. Os anos 90 foram marcados por um pico na incidência de doenças vetoriais, por exemplo trazidas pelos mosquitos, que podem estar relacionadas com as mudanças climáticas.
O problema para o futuro, advertem os pesquisadores, é que os recursos essenciais em matéria de controle das doenças emergentes estão concentrados nos países ricos, enquanto a ameaça se apresenta nos países em desenvolvimento.