"As religiões e a construção do futuro" foi o tema que este Sábado esteve em debate na Maia e juntou o Bispo do Porto e representantes das comunidades islâmicas e judaica.
“Basta à separação de nós e eles”, referiu o Sheik Munir, da comunidade islâmica de Lisboa, como resposta ao futuro das religiões.
De cada vez que há um atentado a comunidade muçulmana é abalada e é quem mais sofre. O grande desafio é aceitar que apenas a crença é diferente.
“Até que ponto há essa aceitação por parte da sociedade civil de aceitar o outro que é simplesmente igual e a única coisa que difere é a religião, que no íntimo é exactamente a mesma crença. Esta coisa de considerar nós e eles, tem que acabar”, disse.
Esta ideia é partilhada pelo Bispo do Porto. D. Manuel Clemente acredita que é na complementaridade que se constrói o futuro num tempo de grandes contradições.
“Não é porque eu acredito em Deus que não deixo de dar a todos o espaço e a reconhecer a todos a dignidade, até de errar, nesta busca de Deus e na sua apreensão, no seu caminho pessoal, lá chegar. Por isso, a liberdade religiosa é devido à dignidade da pessoa e não propriamente à objectividade da verdade”, refere.
Prova dessa verdade está num dos princípios da religião judaica. Nuno Martins sintetiza um dos princípios comum às três religiões.
“As obrigações morais do judaísmo incluem amar o estrangeiro como a si mesmo. Uma derivação de amar o próximo como a si mesmo”, disse D. Manuel Clemente.
Fonte - Ecclesia
Nota DDP:
Outra variante do mesmo tema, como considerado no post anterior. Um "basta" à separação vindo de um líder islâmico, ainda que local, é algo bastante significativo...