O diretor do FBI (polícia federal americana), Robert Müller, afirmou hoje que o perigo do terrorismo nuclear é global e real, e que "a maior ameaça é não fazer nada".
"Não podemos nos dar ao luxo de viver um ataque nuclear", disse Müller na conferência Iniciativa Global para Combater o Terrorismo Nuclear.
O evento foi organizado pelo FBI em resposta à iniciativa aprovada em 15 de julho de 2006 pelos presidentes dos Estados Unidos e da Rússia, George W. Bush e Vladimir Putin, destinada a combater a ameaça global do terrorismo nuclear.
Müller disse que os atentados terroristas de 11 de setembro deixaram evidente que os serviços de segurança e de espionagem falharam na tentativa de "manter a população a salvo".
O diretor do FBI ressaltou que as células terroristas espalhadas por todo o mundo são uma resposta a um apelo de "ódio e violência" da Al-Qaeda e que seu objetivo, em última instância, é causar o maior dano possível.
Nesse sentido, Müller disse que, em 1993, Osama bin Laden planejou comprar material nuclear e tentou recrutar físicos e químicos para desenvolver sua campanha de terrorismo nuclear.
Bin Laden "pensa em grande estilo", como se constata na resposta que deu a um de seus colaboradores, que propôs jogar um avião contra a sede da agência central de inteligência americana (CIA), acrescentou.
"Por que vamos usar um machado se podemos usar uma escavadeira?", teria respondido Bin Laden, segundo Müller.
Por isso, para o diretor do FBI, não basta uma "boa inteligência", é preciso reagir imediatamente, pois não se pode "continuar alimentando o crocodilo para que coma alguém".
Uma das primeiras ações que deve ser implementada, segundo o funcionário, é invadir o estoque radioativo, detectar onde há falhas, segui-las e prender os vendedores e compradores.
Para isso, uma tarefa obrigatória é se opor ao mercado negro de mercado radioativo com "uma resposta global", disse.
Müller afirmou que o FBI treinou mais de 5 mil especialistas de 23 países nos programas da luta contra o terrorismo nuclear com a missão de detectar, dissuadir e desativar qualquer operação no mercado negro de material radioativo.
"Nossas maiores armas de combate ao terrorismo nuclear são a inteligência e a cooperação", disse Müller, ressaltando que "os terroristas não desejam paz nem prosperidade, mas o contrário".
Fonte - Terra