O número de dias com temperaturas máximas superiores a 35 graus nos países mediterrâneos vai aumentar entre 200% e 500% ao longo do século, segundo estudo da universidade norte-americana de Purdue e do Centro Internacional de Física Teórica Abdus Salam.
Segundo a pesquisa publicada na revista Geophysical Research Letters, se as emissões de gases caudadores do efeito estufa forem reduzidas, os dias com temperaturas extremas aumentariam apenas em 50% na região.
As zonas do Mediterrâneo com maior risco de serem afetadas pelo fenômeno são a França Ocidental e as regiões costeiras espanholas e do norte da África.
"Também a Itália será atingida, sobretudo nas regiões costeiras, porque ao calor se juntará a umidade", explicou Filippo Giorgi, um dos autores da pesquisa.
As projeções apontam para que "em algumas regiões se registrem 40 dias tórridos em cada Verão, em comparação com os oito a dez sentidos hoje".
Além do risco para a saúde humana, o aumento do calor trará consigo "conseqüências negativas para a economia dos países mediterrâneos, assim como para os seus recursos hídricos, agricultura e procura de energia", diz o texto.
Em 2003, uma onda de calor matou 35 mil pessoas em toda a região, 15 mil delas apenas na França. Para o pesquisador italiano, a "situação de 2003 pode tornar-se regra", caso não se consiga reduzir rapidamente as emissões de gases causadores do efeito de estufa.
"É necessário conseguir rapidamente uma queda nas emissões e não apenas uma simples manutenção. Isso teria um grande efeito sobre a temperatura, talvez ainda maior do que estimamos", disse.
Segundo os autores, o estudo confirma que a região do Mediterrâneo "será umas zonas mais afetadas pelas alterações climáticas nos próximos anos".