"Um surto ou uma epidemia em certo lugar do mundo pode se transformar, em apenas algumas horas, em uma ameaça iminente em qualquer outro ponto do planeta", acrescenta o relatório. A OMS não só considera que as ameaças existem, mas acredita que vão crescer, já que, de acordo com o documento, "estão surgindo novas doenças em um ritmo sem precedentes, de uma por ano". Nos últimos cinco anos, o organismo registrou mais de 1.100 epidemias.
O cólera, a febre amarela e as meningocócicas epidêmicas reapareceram nos últimos 25 anos, e a disseminação da resistência aos antibióticos ameaça gravemente a luta contra as doenças infecciosas, segundo a organização. A OMS fala, também, sobre o crescimento da "farmacorresistência" e sobre a aparição de novas doenças transmitidas pelos alimentos, como o mal da Vaca Louca (encefalopatia espongiforme bovina).
Além disso, o relatório destaca três novas ameaças para a saúde surgidas no século XXI: o bioterrorismo, a aparição da Sars (Síndrome Respiratória Aguda Severa) e a poluição com resíduos químicos tóxicos. "A Sars, primeira doença a surgir neste século, confirmou o temor, gerado pela ameaça bioterrorista, de que um agente patogênico novo ou pouco comum possa ter profundas repercussões na saúde pública e na segurança econômica em escala internacional", afirma o relatório.
A OMS diz que seria muito "ingênuo" e um "excesso de confiança, supor que não surgirá, mais cedo ou mais tarde, outra doença como a aids, a febre hemorrágica do Ebola ou a Sars". "Se surgir um vírus pandêmico plenamente transmissível, não será possível evitar a propagação da doença, que afetaria aproximadamente 25% da população mundial", acrescenta o texto.
"Os cientistas concordam que o risco de uma pandemia continua. A questão não é se esta surgirá, mas quando", enfatiza o relatório. Por isso, segundo a OMS, é necessário que todos os países tenham recursos suficientes para detectar doenças e que colaborem entre si frente a emergências de saúde pública de importância internacional...
Fonte: Portal G1