Em um país em que todos os adolescentes de 18 anos devem prestar serviço militar, e que enfrentou seis grandes conflitos com seus vizinhos e duas Intifadas palestinas, o crescimento da população ortodoxa gera preocupações.
Os ultra-ortodoxos não são obrigados a prestar o serviço militar para que possam continuar seus estudos religiosos.Antes, o grupo representava uma pequena minoria da população, mas agora eles correspondem a mais de 10% dos israelenses em idade de servir o Exército. O governo calcula que, até 2019, eles chegarão a 25% dos jovens de 18 anos.
O ex-vice primeiro-ministro Yosef Lapid, líder do partido secular Shinui, representa eleitores israelenses que questionam se a ortodoxia não está, na verdade, minando o Estado israelense.
"Não tenho nada contra eles por causa da religião", diz Lapid. "Mas sou totalmente contra o fato de eles não prestarem serviço militar. Eles representam Deus no país de Deus, mas não defendem o país de Deus".
Nas yeshivas, as escolas religiosas judaicas, a visão é diferente: os ortodoxos acreditam que o país tem necessidades espirituais - assim como tem necessidades físicas - e que nenhum serviço é mais importante do que o estudo religioso.
Segundo o rabino Moshe Feldman, os israelenses seculares não entendem a visão de mundo dos religiosos. "Se você olhar toda a história do povo israelense, ela não pode ser explicada em termos físicos. O que nos fez sobreviver todo este tempo? Nós realmente acreditamos que teve a mão de Deus em nossa história", diz ele. ...
Segundo o sociólogo Menachem Friedman, ou os judeus ortodoxos mudam seu estilo de vida, ou o "governo vai forçá-los" a contribuir mais para a economia e defesa.
Nota: Quem diria que um dia Israel iria considerar sua religião um problema e usaria a força para "enquadrar" seus religiosos! Leia também "O fracasso judaico-cristão".