O grupo está há quase três meses a bordo do navio Polarstern com o objetivo de estudar grandes extensões no Ártico, em pesquisa que faz parte do Ano Polar Internacional.
Entre os primeiros resultados do trabalho, o grupo identificou que não são apenas as correntes oceânicas que estão mudando, mas a própria estrutura do Ártico.
Bóias autônomas, programadas para se deslocar sozinhas, foram espalhadas com o objetivo de recolher dados que possam aprofundar o conhecimento a respeito das mudanças na região. Os dados são recebidos via satélite e a primeira conclusão é totalmente negativa.
“A cobertura de gelo no mar do pólo Norte está definhando, o oceano e a atmosfera estão se aquecendo constantemente e as correntes oceânicas estão mudando”, disse Ursula Schauer, do Instituto Alfred Wegener para Pesquisa Polar e Marinha, na Alemanha, que participa da expedição ao lado de cientistas da Rússia, Finlândia, Estados Unidos, Espanha, Suíça, França, Holanda e China.
“Estamos no meio de uma fase de mudanças dramáticas no Ártico e o Ano Polar Internacional oferece uma oportunidade única para estudar o oceano em colaboração com pesquisadores internacionais”, disse Ursula.
Os cientistas também encontraram elevada concentração de áreas em processo de descongelamento tanto no oceano como em lagos. A espessura do gelo marinho no Ártico tem diminuído desde 1979, até o atual 1 metro na bacia central.
Simulações feitas em computador apontam que todo o gelo do Ártico pode desaparecer em menos de 50 anos caso o aquecimento global continue nas taxas atuais. O Ártico é a região que mais tem sido afetada pelo aquecimento causado pelo efeito estufa.