segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Gelo em extinção

O gelo marinho está cada vez mais fino. Grandes áreas do Ártico estão com espessura de apenas 1 metro, o que equivale a uma diminuição de aproximadamente 50% em comparação com 2001. As medidas foram feitas por uma expedição de 50 cientistas de diversos países.

O grupo está há quase três meses a bordo do navio Polarstern com o objetivo de estudar grandes extensões no Ártico, em pesquisa que faz parte do Ano Polar Internacional.

Entre os primeiros resultados do trabalho, o grupo identificou que não são apenas as correntes oceânicas que estão mudando, mas a própria estrutura do Ártico.

Bóias autônomas, programadas para se deslocar sozinhas, foram espalhadas com o objetivo de recolher dados que possam aprofundar o conhecimento a respeito das mudanças na região. Os dados são recebidos via satélite e a primeira conclusão é totalmente negativa.

“A cobertura de gelo no mar do pólo Norte está definhando, o oceano e a atmosfera estão se aquecendo constantemente e as correntes oceânicas estão mudando”, disse Ursula Schauer, do Instituto Alfred Wegener para Pesquisa Polar e Marinha, na Alemanha, que participa da expedição ao lado de cientistas da Rússia, Finlândia, Estados Unidos, Espanha, Suíça, França, Holanda e China.

“Estamos no meio de uma fase de mudanças dramáticas no Ártico e o Ano Polar Internacional oferece uma oportunidade única para estudar o oceano em colaboração com pesquisadores internacionais”, disse Ursula.

Os cientistas também encontraram elevada concentração de áreas em processo de descongelamento tanto no oceano como em lagos. A espessura do gelo marinho no Ártico tem diminuído desde 1979, até o atual 1 metro na bacia central.

Simulações feitas em computador apontam que todo o gelo do Ártico pode desaparecer em menos de 50 anos caso o aquecimento global continue nas taxas atuais. O Ártico é a região que mais tem sido afetada pelo aquecimento causado pelo efeito estufa.

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