Vista do espaço, a água predomina na Terra. Os oceanos cobrem 71% da superfície do planeta, com profundidade média de 3.795 metros. Todas as elevações da terra exposta poderiam facilmente ser escondidas nas profundezas dos mares. É difícil acreditar que a poluição humana seja capaz de ameaçar tal imensidão. O mesmo tipo de incredulidade pode ocorrer diante da grandeza da Floresta Amazônica. Quando se pensa que o solo amazônico é frágil e que, pouco enraizadas, as árvores dependem umas das outras para se manter em pé, percebe-se mais facilmente o perigo representado pelo desmatamento. Há similitudes com o mar. Vastas áreas do leito marinho são de terra estéril, pouco capaz de sustentar a vida. Para sobreviverem e prosperarem, os animais marinhos dependem de nichos ecológicos ricos em alimentos e biodiversidade. Os recifes de corais, verdadeiros viveiros marinhos, são um exemplo bem conhecido.
Quando a ação predatória da humanidade avança sobre esses nichos de biodiversidade ou depreda os estoques de peixes comerciais, está colocando em risco a cadeia alimentar marinha. Os oceanos são imensos – mas o ritmo da poluição causada pela ação humana é intenso. A Grande Mancha de Lixo, como é chamada a sopa de detritos no Oceano Pacífico, é exemplo do que se pode fazer para estragar o mar. A 2.000 quilômetros do litoral do Havaí, entre o arquipélago e a Califórnia, ela constitui o maior dos depósitos marinhos de lixo. Ali, pedaços de plástico, restos de redes de pesca, roupas, garrafas e uma infinidade de detritos produzidos pelo homem superam em seis vezes o peso total dos zooplânctons, os organismos minúsculos que estão na base da cadeia alimentar marinha. São 3 milhões de toneladas de lixo, uma quantidade que São Paulo leva seis meses para produzir. Depósitos flutuantes de lixo são um fenômeno natural formado pelo movimento circular das correntes marinhas, os chamados giros oceânicos. Já a Grande Mancha de Lixo, que pode ser avistada de avião, é o sinal de degradação ambiental. O impacto nefasto da ação humana sobre os oceanos se dá de várias formas.
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Não se podem mais ignorar as conseqüências das ações humanas sobre a imensidão dos oceanos.
Fonte - Veja