quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Big Brother no ônibus

Sistema de vigilância usado pelo FBI bloqueará RioCard de usuário em situação irregular flagrado por câmeras no veículo

Rio - Na guerra contra fraudadores do RioCard, empresários de ônibus do Rio acabam de ganhar um importante aliado. Dentro de dois meses, um sistema inédito batizado de Sigom Vision deverá ser implantado no teto dos veículos para monitorar desde a entrada até a passagem dos usuários pela catraca. O equipamento de última geração é usado pelo FBI, a polícia federal americana, para identificar criminosos e até terroristas.

O reconhecimento é feito através da comparação da fotografia do usuário filmado no ônibus com o bilhete eletrônico e a foto do titular do cartão no banco de dados. As imagens são transmitidas das câmeras até a central, onde é feita checagem.

“No momento em que o cartão é usado para liberar a roleta, seus dados e a imagem do passageiro que está utilizando-o são gravados no equipamento que efetua a leitura dos cartões e, em seguida, enviados para o sistema central. Se a foto encontrada no sistema não for dessa mesma pessoa, o cartão é bloqueado”, diz Érico Moraes, diretor comercial da Empresa 1, responsável pela adaptação do programa.

Segundo coordenador do Sistema de Bilhetagem Eletrônica do Sindicato das Empresas de Ônibus (Rio Ônibus), Paulo Valente, inicialmente o sistema será implantando para testes em apenas alguns ônibus, não será feito o bloqueio do cartão e o usuário não será impedido de viajar. A solução capaz de identificar os usuários dos cartões de gratuidade utilizados de maneira irregular foi apresentada ontem no 16º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito, em Maceió, Alagoas. Considerado um dos módulos de identificação facial mais modernos do mundo, a tecnologia foi testada e aprovada pelo Departamento de Defesa dos EUA.

De acordo com Moraes, o processo é seguro, pois se baseia em características individuais de cada passageiro. “O programa se guia pelas medidas do rosto, como a distância entre os olhos, o desenho do nariz, o tamanho da boca, enfim, é tomado todo o cuidado para não se confundir ninguém”, garante. Segundo ele, mesmo que o usuário tente burlar o sistema, as medidas faciais não se alteram com disfarces: “O passageiro pode ter tirado ou começado a usar barba, estar de óculos, com corte de cabelo diferente, que não importa, será identificado mesmo assim”.

TECNOLOGIA PARA INIBIR AS FRAUDES

As fraudes contra a bilhetagem eletrônica têm levado as empresas a adotar medidas para combater o esquema. Desde dezembro de 2004, quando foi implantado sistema no Rio, 1.500 rodoviários já foram demitidos. Conforme denúncia de O DIA em maio de 2006, os funcionários descarregavam o cartão eletrônico durante o expediente de trabalho, ficando com o dinheiro dos passageiros. Com o novo sistema de monitoramento por câmeras, práticas como essa não serão mais possíveis. “Apesar de todo o cuidado que temos, muitos passageiros ainda utilizam cartões de terceiros para embarcar nos ônibus. Por isso, toda tecnologia que possa vir a nos auxiliar a combater as fraudes é bem-vinda”, afirma Paulo Valente, coordenador do Sistema de Bilhetagem Eletrônica do Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio (Rio Ônibus).

Fonte - O Dia
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