quarta-feira, 16 de setembro de 2009

BXVI e o mundo árabe

CIDADE DO VATICANO, 16 SET (ANSA) - Integrantes da Organização dos Mujahedin do Povo do Irã (PMOI, na sigla em inglês) enviaram uma carta ao papa Bento XVI para pedir que o Pontífice ajude os prisioneiros do campo de exilados de Ashraf, no Iraque.

O local acolhe mais de três mil membros do grupo opositor iraniano, radicado no Iraque desde a década de 1980, quando apoiou o então presidente iraquiano, Saddam Hussein, na guerra contra o Irã.

No documento, emitido em 12 de setembro e divulgado nos últimos dias pelo jornal italiano Il Riformista, 36 integrantes da organização pedem para "o grande líder religioso da Igreja Católica Romana e defensor da hereditariedade de Cristo" tomar "todas as medidas ao seu alcance" para ajudar os dissidentes de Ashraf.

Afirmando serem "vítimas da injustiça e da opressão", os mujahedin também solicitaram que Bento XVI faça tudo para "evitar uma catástrofe humana", já que, segundo eles, estão "enfraquecidos há dias devido à fome".

A carta ainda aconselha o Papa a fazer "um apelo para que funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU) intervenham" diante das "torturas" e das "condições higiênicas e sanitárias desumanas" a que são submetidos.

Em janeiro, o grupo iraniano foi retirado da lista de terroristas da União Europeia (UE). Sua inclusão na lista negra da UE ocorreu em 2002, com um pedido da Grã-Bretanha, após os ataques terroristas do 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.

Desde 4 de dezembro passado, as bases jurídicas que sustentavam a permanência dos Mujahedines na lista tornaram-se frágeis, obrigando o bloco a ordenar seu cancelamento por "não haver provas sérias e credíveis" contra o grupo.

O governo do Irã, por sua vez, condenou a decisão e afirmou que isto poderia 'encorajar o terrorismo'. Os Mujahedines ainda permanecem na lista negra dos Estados Unidos.

A organização, principal grupo de oposição do Irã, foi fundada em 1965 com o objetivo de derrubar o regime do xá Mohammed Reza Pahlevi e instalar um islamismo moderado.

Fonte - Ansa


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